De olho na fragmentação da próxima eleição presidencial e em ocupar parte do espaço de hegemonia na esquerda deixado pelo PT, o PSOL se prepara para lançar no próximo dia 10 de março o coordenador geral do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos. Com apoio da cúpula da legenda, Boulos se filiaria ao PSOL no próximo dia 3 com apoio de movimentos sociais.
“O PSOL pode assumir esse protagonismo no campo da esquerda. Em todo o mundo, os partidos de centro-esquerda perdem influência e aumenta a força da esquerda radical. Os novos instrumentos da esquerda têm menos disposição de tolerar as exigências do mercado. Por isso surgiu uma nova esquerda na Espanha, em Portugal, na Grécia, na França. Agora também no Chile e no Peru. É de se esperar que esse processo de fragmentação política abra espaço para as nossas políticas”, afirmou o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, em entrevista ao JC durante passagem pelo Recife.
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Em uma eleição que deve ter a participação de importantes máquinas eleitorais com nomes como o do presidente Michel Temer (MDB); do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); e do próprio PT, o PSOL sabe que terá que se esforçar para compensar “dificuldades materiais”, como menos tempo de TV e menos acesso ao Fundo Partidário e ao Fundo Eleitoral.
“O PSOL tem uma condição bem mais difícil para enfrentar a campanha do que os outros partidos. Mas nós acumulamos um patrimônio político e ético extraordinário a partir dos nossos mandados, da nossa combatividade e coerência que nos credencia para compensar a falta de estrutura com protagonismo político”, afirma.
Pernambuco
No Estado, o PSOL tem como uma das metas reeleger Edilson Silva e conseguir uma segunda vaga de deputado estadual. “Pelas nossas contas, isso é plenamente possível”, diz Medeiros. A outra é conseguir um mandato de deputado federal. Além de Paulo Rubem Santiago, o vereador do Recife Ivan Moraes deve disputar o posto, segundo o presidente nacional da sigla. “Nossa meta nacional é dobrar a bancada de deputados federais e superar a cláusula de barreira, que hoje exige que o PSOL alcance pelo menos 1% dos votos para federal em nove estados”, explica.