O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse na noite desta segunda-feira (5) que o presidente Michel Temer está "contrariado" e "indignado" com o pedido de quebra de seu sigilo fiscal feito pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Marun disse, em entrevista coletiva, que o presidente vai divulgar "todos os seus extratos" à imprensa e criticou o que chamou de "falta de cautela" de Barroso - sem citá-lo nominalmente.
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"O presidente não tem nenhuma preocupação com as informações constantes em suas contas bancárias", disse Marun. Temer irá divulgar seus extratos independentemente de ordem judicial, segundo o ministro. O presidente Temer ainda "não foi notificado" sobre a decisão do Supremo, mas "está entendendo que isso é real", afirmou Marun.
Para Marun, inquérito é fraco
O ministro disse que o inquérito que deu origem ao pedido de quebra de sigilo bancário de Temer - que apura se empresas foram beneficiadas pelo chamado Decreto dos Portos - é "completamente fraco" e "não tem base fática". "Inexistem sequer indícios de qualquer ilícito que resulte em uma decisão destas, que, em sendo tomada em relação ao presidente da República, revela uma falta de cautela que nos estranha neste momento". Marun ainda afirmou que "não há como não se indignar" com o pedido de Barroso. "Este inquérito é como a investigação de um assassinato de alguém que não morreu."
Marun salientou ainda que "o Decreto dos Portos não beneficia a Rodrimar (suposta beneficiária), e assim mesmo se estabelece uma celeuma deste tamanho e que resulta em uma medida que traz indignação e até constrangimento ao presidente e a todos nós que sabemos da sua inocência". Segundo o ministro, "ele (Temer) não tem nada a esconder". "Parece que muitos insistem em lançar flechas contra nós".