O presidente Michel Temer cancelou uma visita que faria ao Comando Militar do Leste no próximo domingo, 18, para apresentar um balanço de um mês de intervenção na segurança do Rio.
Os números estavam sendo levantados, mas com a execução a tiros da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes, na última quarta-feira, 15, auxiliares do presidente avaliaram que seria melhor esperar outra oportunidade para não correr o risco de constrangimentos e acusações de uso político da morte da parlamentar carioca. O Comando Militar do Leste já foi avisado que o presidente não irá mais ao Rio neste fim de semana.
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A avaliação do Palácio do Planalto é que o governo respondeu rapidamente ao assassinato ao divulgar uma nota, convocar reunião de emergência com os ministros da área de segurança e pedir que Raul Jungmann fosse para o Rio acompanhar as investigações.
Interlocutores do presidente reconhecem que o crime contra a vereadora derrubou a agenda prevista e vai ficar para boa parte da população como a marca do primeiro mês da intervenção. Outro receio do núcleo do governo é que os números ainda não são expressivos e apresentar uma "marca" de um mês poderia resultar em mais críticas à medida.
Nesta semana, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que afirmou que o assassinato da deputada mostra que o governo está "no caminho certo", destacou que a intervenção já estava dando resultados, mas alertou que seria "imbecil" quem acreditasse em resultados em tão pouco tempo. Segundo ele, neste mês foram apreendidos 40 fuzis e "25 mil tiros".