Após a prisão de três amigos de Michel Temer (MDB), - consequência da Operação Skala - o presidente cancelou os planos de passar o feriado de Páscoa em São Paulo. O novo destino de Temer é Brasília, pra onde irá ainda nesta sexta-feira (30). A expectativa é que, em breve, ele se reúna com políticos e assessores para avaliar os impactos das prisões referidas. Na agenda do presidente, entretanto, não há reuniões marcadas até domingo (1). As informações são do UOL.
O ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi foi preso pela Polícia Federal na manhã dessa quinta-feira, (29). O coronel da PM reserva João Batista de Lima Filho, o coronel Lima, também foi detido. São mais dois nomes importantes próximos ao presidente Michel Temer que foram levados à cadeia pela PF.
As ordens de custódia são do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal no âmbito do inquérito que apura o Decreto dos Portos. O presidente Michel Temer (MBD) é um dos alvos da investigação e está sob suspeita de beneficiar a empresa Rodrimar.
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Esquema por mais de 20 anos
O ministro Luís Roberto Barroso apontou a possibilidade de estar em andamento, desde há mais de 20 anos até hoje em dia, um esquema de concessão de benefícios públicos no setor dos portos em troca de recursos privados para fins pessoais e eleitorais.
Essa é uma das principais justificativas para a Operação Skala, realizada nesta quinta-feira (29), apontadas pelo ministro relator do inquérito que investiga o "Decreto dos Portos", assinado por Michel Temer em 2017. Essa avaliação vem de informações que faziam parte de um inquérito já arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que foi resgatado para a investigação atual.
O ministro apontou que, de acordo com o que foi apurado até agora na investigação policial, há "indícios que demonstram a possibilidade de se estar diante de um esquema contínuo de concessão de benefícios públicos em troca de recursos privados, para fins pessoais e eleitorais, que persistiria por mais de vinte anos no setor de portos, vindo até os dias ele hoje".
O ministro diz que "esta percepção decorre, dentre outros elementos de prova, da análise do que foi colhido nos autos do Inquérito 3105, do STF" - inquérito que investigava Temer e havia sido arquivado pelo Supremo Tribunal Federal por decisão do relator Marco Aurélio Mello. As informações desse inquérito arquivado foram resgatadas e trazidas para a investigação atual.
Terceira denúncia na agulha
Interlocutores do Palácio do Planalto classificaram como "um ato espetaculoso" a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, de autorizar a prisão de amigos próximos do presidente Michel Temer. Dizem haver um "complô" para tentar inviabilizar a candidatura de Temer à reeleição.
Deflagrada a pedido da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, com autorização de Barroso, a operação foi vista nos bastidores como um indicativo de que a procuradora-geral, Raquel Dodge, possa apresentar nova denúncia contra o presidente Se isso ocorrer, a avaliação no Planalto é de que as pretensões eleitorais de Temer seriam minadas. Ele teria novamente que se dedicar a barrar o avanço da investigação na Câmara.