O PT vai convocar seus militantes para uma vigília permanente em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Bernardo do Campo, no Grande ABC (SP), onde ele mora, e ainda insiste numa pressão à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, para ela pautar as ações sobre prisão após segunda instância a tempo de impedir uma detenção do petista.
Após se reunir com Lula na sede de seu instituto em São Paulo, aliados que conversaram com a imprensa criticaram a presidente do STF por não pautar as ações diretas de constitucionalidade (ADC), que poderiam inverter o placar do julgamento, e colocar em análise apenas o habeas corpus de Lula, negado em sessão que se estendeu até a madrugada de hoje.
Na defesa do ex-presidente
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) acusou Cármen Lúcia de perseguição política a Lula. "Enquanto ela não pauta as ações, ela cria uma instabilidade institucional que é extremamente prejudicial para a democracia e para o País, por opção dela", declarou. Para o deputado, Cármen resiste em não pautar as ações para sustentar interesses da Operação Lava Jato. "O STF está sendo impedindo de exercer uma maioria por uma decisão absolutamente política."
O governador do Piauí, Wellington Dias, também cobrou pautar as ações para garantir o direito de réus responderem a seus processos em liberdade, e não apenas Lula. "Tivemos uma manobra que impediu a votação das ADCs que colocam uma posição sobre a presunção de inocência", afirmou.
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Já o presidente do PT em São Paulo e pré-candidato ao governo estadual, Luiz Marinho, afirmou que haverá uma vigília permanente de militantes em São Bernardo do Campo e manifestações em outros Estados para chamar a atenção de Cármen Lúcia. "É um processo de protesto permanente para chamar a atenção à responsabilidade da presidente do Supremo", declarou. "Exigimos e pedimos que o Supremo seja supremo de fato."
O PT, junto com a frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, vai organizar uma vigília nesta sexta-feira para acompanhar Lula a partir de sua residência até à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde um ato com o ex-presidente está programado para as 18 horas.
Após se encontrarem com Lula, seus aliados fizeram questão de dizer que ele estava "tranquilo", "animado como sempre" e que não ficou surpreso com o voto de Rosa Weber. "Não surpreendeu, mas foi um voto bastante inusitado", disse Paulo Pimenta, ao destacar que a ministra votou contra sua convicção pessoal acompanhando o entendimento da corte firmado em 2016.