Atualizada às 19h22
Na frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista, em São Bernardo do Campo, a presidente nacional do PT e senadora Gleisi Hoffman negou que o ex-presidente Lula tenha descumprido uma decisão judicial pelo fato dele não ter se entregado dentro do prazo estipulado pelo juiz Sérgio Moro, que seria até às 17h desta sexta-feira (6). A defesa do ex-presidente informou à cúpula Segurança Pública que ele pretende se entregar apenas nesse sábado (7), em São Paulo, após missa em homenagem a ex-primeira dama Marisa Letícia.
"Muita gente está dizendo que o presidente Lula tinha afrontado a justiça, desobedecido uma ordem judicial. Não afrontamos a justiça, até porque achamos que ela é injusta, que ela não esta sustentada no devido processo legal, porque achamos que o presidente não teve direito a recurso esgotado em todas as instâncias", afirmou a senadora.
Segundo Gleisi, Lula apenas decidiu não adotar a opção oferecida por Moro, ao não se apresentar à sede da Polícia Federal de Curitiba. "Ele disse 'Não, vou ficar em lugar publico, simbolo de resistência e luta dos trabalhadores'. É aqui que o presidente está e é aqui que ficaremos para mostrar ao Brasil que a gente sabe que tem que lutar quando a gente esta defendendo os direitos do povo, da Constituição e da nossa democracia. Optamos por isso, não é pra afrontar, mas também não espere que a gente caminhe pro brejo de cabeça baixa como gado no matadouro", afirmou.
Lula permanece no interior do Sindicato, onde está reunido com os seus advogados e aliados políticos. O Superior Tribunal de Justiça (STF) negou, mais cedo, o pedido de habeas corpus que buscava evitar a sua prisão.
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O que acontece agora
Como a ordem de prisão ainda não foi expedida, uma vez que Moro deu 24 horas para que ele se entregasse, a Justiça pode determinar que ele seja preso, já que ele não se apresentou às autoridades. Ele não sofrerá nenhuma punição por não ter se dirigido à Polícia Federal, porque em tese, a ordem recém expedida será cumprida normalmente. Haveria problemas judiciais apenas se o ex-presidente ou seus apoiadores incitassem a violência em algum momento.