O coronel aposentado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, foi acusado na última quarta-feira (18), de arrecadar dinheiro para o presidente Michel Temer pelo empresário Gonçalo Torrealba, investigado sob suspeita de também pagar propina ao peemedebista. Segundo o jornal O Globo, o empresário afirmou em depoimento à Policia Federal, que o coronel Lima pediu dinheiro, em nome de Temer, a empresas do porto de Santos (SP), área em que o presidente tem grande influência política.
Se o depoimento de Torrealba for verdadeiro, indicaria que o presidente da República não revelou a verdade sobre a sua relação com o coronel. Em depoimento prestado por escrito à Polícia Federal, Temer afirmou que Lima nunca havia atuado na arrecadação de recursos.
Investigação
O empresário foi ouvido pela PF nos últimos dias 2 e 3 de abril, logo após a deflagração da Operação Skala, onde prendeu temporariamente o coronel Lima e outros amigos de Temer. Detalhes do depoimento não foram divulgados e estão sendo mantidos em sigilo.
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Torrealba contou que em um encontro que aconteceu há mais de 15 anos, Lima esteve pessoalmente na sede do grupo Libra para solicitar o repasse de recursos financeiros para uma campanha eleitoral de Temer. O objetivo era financiar uma das candidaturas de Michel Temer ao cargo de deputado federal.
No início desse mês de abril, a Procuradoria da República no Distrito Federal atribui o recebimento de R$ 1 milhão da JBS em suposto benefício do presidente. "Seu papel na organização criminosa era o de auxiliar os demais integrantes do núcleo político na arrecadação de propina, em especial seu líder, Michel Temer."
"De acordo com os elementos apurados, João Baptista Lima Filho intermediou o recebimento de propina para organização criminosa, em nome de Michel Temer no valor de R$ 1 milhão, paga pelo grupo J&F Investimentos", afirmam.
Defesa de Temer
Na época, o presidente se manifestou por meio de sua assessoria de imprensa: "Todas as atribuições do coronel João Batista Lima Sobrinho em campanhas do presidente Michel Temer sempre foram pautadas pela legalidade, lisura e correção. Michel Temer foi presidente de partido político, obediente as leis e regras da legislação brasileira."