Depois de ir ao prédio da Polícia Federal para tentar visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vereador de São Paulo Eduardo Suplicy (PT) se encontrou nesta quinta-feira (26) com a juíza da 12ª Vara de Execuções Penais de Curitiba, Carolina Lebbos, que já barrou uma série de aliados que pediram autorização para visitar o ex-presidente na sala especial onde está preso.
Sem marcar horário, Suplicy foi ao prédio da Justiça Federal, na capital paranaense, e foi atendido por Carolina. Na sequência, em entrevista à imprensa, o parlamentar afirmou que vai recorrer ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, e depois ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir que Lula receba visita de amigos.
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Regras de Mandela
Conforme relato de Suplicy, a magistrada alegou que o indeferimento às visitas está fundamentado em regras da Polícia Federal, responsável pela custódia de Lula. O petista e outros aliados evocam as chamadas "Regras de Mandela", da Organização das Nações Unidas (ONU), para alegar que visitas de amigos e médicos são garantidas a pessoas que cumprem penas no sistema prisional.
"Ela me explicou que essa decisão [de não autorizar visitas] já está tomada, levando em conta as normas da Polícia Federal, mas que pode haver ainda um recurso a um órgão da Justiça para, levando em contas tais argumentos, permitir que Lula e outras pessoas recebam visita de amigos", disse o vereador, acompanhado de uma advogada.
Se o TRF-4 negar o recurso, observou Suplicy, a esperança está no STF. "Não vamos desistir, alguns dos ministros lá são pessoas de bom senso", disse o petista.
Depois do encontro com a juíza, Suplicy disse que iria novamente à sede da Superintendência da Polícia Federal para entregar cartas que recebeu endereçadas ao ex-presidente Lula. Pela manhã, o petista afirmou a jornalistas que gostaria de conversar com o ex-presidente sobre a "renda básica de cidadania", proposta que defende há décadas e que chegou a ser sancionada por Lula durante seu governo.