FORO PRIVILEGIADO

Juízes reagem a Gilmar Mendes, que os chamou de 'essa gente'

Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas), que une de 40 mil juízes e membros do Ministério Público em todo o País, repudiou a fala de Mendes

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Publicado em 07/05/2018 às 15:03
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Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas), que une de 40 mil juízes e membros do Ministério Público em todo o País, repudiou a fala de Mendes - FOTO: Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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O pronunciamento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes durante o julgamento que restringiu o alcance do foro privilegiado, teve críticas aos juízes de primeiro grau, que devem assumir os processos dos políticos sem foro. A Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas), que une de 40 mil juízes e membros do Ministério Público em todo o País, repudiou a fala de Mendes, classificada como "desrespeitosa".

"O Min. Gilmar lançou ataques ao juízes e membros do Ministério Público. Disse que o sistema de Justiça Criminal nos diversos Estados da federação é disfuncional e não está preparado para julgar detentores de foro. De forma desrespeitosa, após discorrer sobre pontos não diretamente ligados a questão jurídica discutida no plenário do Supremo Tribunal Federal sobre o alcance do foro por prerrogativa de função, chegou a dizer que, ao deixar os processos 'com essa gente', a situação vai ser pior do que é no Supremo. 'Vai dar errado', manifestou S. Exa. 'Essa gente', a que se referiu o ministro, eram os juízes de primeiro grau", traz a manifestação da Frentas.

Além de atacar o comportamento dos juízes de 1º grau, Mendes também criticou o número de Tribunais Regionais do Trabalho no País "diante dos diversos comandos constitucionais de garantia de acesso à Justiça e aos cidadãos". O documento, assinado em conjunto com os presidentes de sete entidades do Judiciário, diz que os TRTS "cumprem satisfatoriamente sua missão constitucional e garantem uma Justiça do Trabalho altamente operosa (número de processos julgados), célere (média de tempo da tramitação), eficaz (valores distribuídos) e informatizada.

"É exatamente nestes trágicos tempos de reformas legislativas e institucionais agravantes do desemprego, da precarização do trabalho, da insegurança jurídica, das perdas de receitas ao Erário, de rendição do governo aos interesses do grande capital financeiro e, com tudo isso, de descumprimento da Constituição, que se torna ainda mais imprescindível a Justiça do Trabalho interiorizada, funcional, espraiada por todo o País, próxima e acessível ao cidadão", diz a Frentas.

Defesa

A reportagem buscou o gabinete do ministro, mas não havia obtido resposta até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.

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