A movimentação política do empresário mineiro Josué Gomes, filiado ao PR, freou as articulações do grupo do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) por uma aliança com o partido para a disputa ao Planalto. Josué começou a se apresentar como uma opção do PR tanto como candidato ao Senado ou ao governo de Minas Gerais quanto cabeça de chapa ou vice na disputa presidencial, desde que não seja em parceria com o PSL de Bolsonaro - considerado de extrema-direita.
Na semana passada, Josué desembarcou em Brasília para uma série de encontros com lideranças políticas. Ele se encontrou com o ex-deputado Valdemar Costa Neto, que comanda o PR, e deputados do partido, quando se colocou "à disposição" da legenda nas eleições. Também se reuniu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que articula aliança com PRB, PP e Solidariedade. Embora também seja pré-candidato ao Planalto, Maia é entusiasta da ideia de esse grupo de siglas fazer coligação em torno de Josué como cabeça de chapa.
Confiança
Os parlamentares do PR que trabalham por aliança com Bolsonaro evitaram críticas à movimentação do empresário. O deputado Capitão Augusto (PR-SP) disse que Josué é um "nome expressivo" que pode, até mesmo, formar chapa com Bolsonaro. "Josué atrairia um público diferente do que temos, indo além do BBB", disse ele, referindo-se às bancadas evangélica (B de "Bíblia"), ruralista (B de "boi") e da segurança ("bala").
Para o deputado Jorginho Mello (PR-SC), outro ligado a Bolsonaro, "Josué é um bom nome, preparado, só teria a agregar".
Um dos articuladores da candidatura de Bolsonaro, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) minimiza os movimentos de Josué no PR e mesmo as discussões com o partido. "O momento agora é conturbado Temos uns 18 pré-candidatos, mas depois o debate se limitará aos quatro nomes mais bem avaliados. É a partir daí que vão começar as composições para valer."