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Miguel Reale se afastou desde o impeachment, diz Janaína Paschoal

'A verdade é que o professor Miguel se afastou de mim há mais de um ano, porque ele queria que eu desistisse do pedido de impeachment', explicou Janaína

JC Online
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Publicado em 30/07/2018 às 10:10
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'A verdade é que o professor Miguel se afastou de mim há mais de um ano, porque ele queria que eu desistisse do pedido de impeachment', explicou Janaína - FOTO: Foto: EBC
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A advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, concedeu uma entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta segunda-feira (30), quando explicou que o afastamento do professor Miguel Reale se deu ainda na época do pedido de impeachment da petista. Durante o programa Passando a Limpo, Janaína acrescentou que não foi o seu apoio ao deputado Jair Bolsonaro à Presidência do País, a justificativa da desunião com o professor. "Não é porque eu voto em Bolsonaro. Isso foi bem antes", esclareceu.

"A verdade é que o professor Miguel se afastou de mim há mais de um ano, porque ele queria que eu desistisse do pedido de impeachment e eu não desisti. Então agora o professor está utilizando esse meu apoio a Bolsonaro como justificativa para um afastamento que aconteceu muito antes. Muito antes de eu pensar em votar em Bolsonaro", explicou Janaína durante a entrevista.

Quanto questionada sobre o cenário político encontrado para as próximas eleições presidenciais, Janaína foi direta. "O cenário que se apresenta é muito complicado. Teremos o candidato Jair Bolsonaro, alguém apoiado pelo ex presidente Lula e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin", contou.

"Eu tenho duas opções, ficar neutra, não correr risco ou tentar fazer alguma coisa pelo Brasil. As pessoas criticam, criticam, criticam, mas não fazem nada. Isso aí a Deus pertece, se a gente não pensar, o que será desse País", disse.

Miguel Reale foi o orientador de Janaina no mestrado e doutorado de direito da USP, onde o professor também a convidou em 2015 para ajudá-lo a elaborar o documento que seria a base do pedido do impeachment de Dilma Rousseff.

Vice

Após Jair Bolsonaro ter frustradas tentativas de fechar sua chapa, a advogada tranquilizou o companheiro de partido. “Disse a ele que ele não vai ficar sem vice”, afirmou. “Eu vou conversar hoje com o deputado e com toda a equipe dele e, muito provavelmente, nós definiremos alguma coisa sim”, disse, depois de afirmar que não vê essa “pressa” para o pré-candidato “bater o martelo” sobre o vice, citando o prazo limite, que se encerra no dia 5 de agosto.

Janaína ainda rechaçou que a sua indicação esteja ligada ao fato de ser mulher e o eleitorado feminino ser um dos pontos fracos da candidatura de Bolsonaro. “Eu não acho que a questão seja essa. Penso que minha formação, minha história pesa muito mais que ser mulher”, disse, acrescentando que outras mulheres “gostariam muito mais de estar nesse lugar” do que a própria advogada.

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