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Setor ambiental se divide entre candidata da Rede e vice do PSOL

E ainda existe uma crítica ao fato de a Rede não ter formado uma bancada para se contrapor aos ruralistas no Congresso.

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Publicado em 17/08/2018 às 9:19
Wilson Dias/Agência Brasil
E ainda existe uma crítica ao fato de a Rede não ter formado uma bancada para se contrapor aos ruralistas no Congresso. - FOTO: Wilson Dias/Agência Brasil
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Outra chapa que tem a simpatia de ambientalistas é a de Guilherme Boulos (PSOL), mas neste caso o apoio se deve mais por sua vice, a indígena e ambientalista Sonia Guajajara. O problema é que, além de ela não estar na cabeça de chapa, a dupla teria poucas chances eleitorais, ao passo que Marina Silva (Rede) lidera as pesquisas de intenção de voto, ao lado do deputado Jair Bolsonaro (PSL) nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental, põe Marina e Sonia como as campanhas que trazem o ambientalismo para o debate eleitoral. "As temáticas socioambientais ainda não apareceram fortemente como deveriam. As que trazem um compromisso maior com isso são as candidaturas da Marina e a de Guajajara, como vice "

O distanciamento das pautas verdes do debate também foi sentido pelo ex-deputado Fábio Feldmann, um dos principais nomes da agenda política ambiental nas eleições anteriores. "Estou muito dividido mesmo entre Marina e (Geraldo) Alckmin", disse ele ao Estado. Amigo pessoal do ex-governador de São Paulo e presidenciável tucano, Feldmann afirma que a aliança entre o tucano e o Centrão pode comprometer pautas de caráter ambientalista.

"Há toda uma sinalização, o comentário do Geraldo sobre a lei dos pesticidas (o ex-governador elogiou o projeto, que chamou de ‘lei do remédio’), o licenciamento ambiental, que sempre que surge é na defensiva, sem discutir muito qual o melhor caminho. Mesmo a Marina, fala na defensiva: ‘eu licenciei tal, tal, tal", disse ele.

Movimento ambiental 

Em 2010, Feldmann deixou o PSDB para se filiar ao PV e concorrer ao governo de São Paulo para que Marina tivesse um palanque no Estado. Quatro anos depois, ajudou Aécio Neves (PSDB) em seu programa de governo à Presidência. Feldmann, porém, diz que isso só aconteceu porque, até então, Marina era vice de Eduardo Campos. Neste ano, ele teme que ambientalismo tenha virado um palavrão. "Estar associado ao ambientalismo está criando um desconforto", disse.

Um interlocutor afirmou que uma parte do movimento ambiental, mais identificada com a centro-esquerda, acabou se afastando de Marina em 2014 não por suas pautas ambientais - que mantém coerência ao longo dos anos -, mas por seu posicionamento sobre outros temas. Uma ecologista citou o fato de Marina ser evangélica e contra o aborto como um dos principais problemas, outro lembrou do apoio a Aécio Neves no segundo turno.

Há ainda uma crítica ao fato de a Rede não ter formado uma bancada para se contrapor aos ruralistas no Congresso. A recente aliança com o PV, contudo, passou por negociação para criar um bloco de parlamentares no próximo ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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