REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Bolsonaro diz que não foi 'batido o martelo' com Paulo Guedes sobre Previdência

Ele disse ver com ''desconfiança'' a ideia de Guedes de substituir o modelo atual por um que pressuponha uma poupança individual do trabalhador

Estadão Conteúdo
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Publicado em 05/11/2018 às 18:54
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Ele disse ver com ''desconfiança'' a ideia de Guedes de substituir o modelo atual por um que pressuponha uma poupança individual do trabalhador - FOTO: Foto: Reprodução de vídeo/Band
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O presidente da República eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse nesta segunda-feira (5) que ainda "não está batido o martelo" sobre a reforma da Previdência com o economista Paulo Guedes, seu futuro ministro da Economia. Ele disse ver com "desconfiança" a ideia de Guedes de substituir o modelo atual por um que pressuponha uma poupança individual do trabalhador.

"Não está batido o martelo, tenho desconfiança. Sou obrigado a desconfiar para buscar uma maneira de apresentar o projeto. Tenho responsabilidade no tocante a isso aí. Não briguei para chegar e agora mudou tudo. Quem vai garantir que essa nova Previdência dará certo? Quem vai pagar? Hoje em dia, mal ou bem, tem o Tesouro, que tem responsabilidade. Você fazendo acertos de forma gradual, atinge o mesmo objetivo sem levar pânico à sociedade", declarou, em entrevista à Band.

"Nós temos um contrato com o aposentado, você vai mudar uma regra no meio do caminho. Não pode mudar sem levar em conta que tem um ser humano que vai ter a vida que será modificada. Às vezes um colega pensa apenas em número. Não existe recriação da CPMF. Não queremos salvar o Estado quebrando o cidadão brasileiro", afirmou.

Idade mínima

Bolsonaro disse nesta segunda-feira (5) em entrevista veiculada pela TV Aparecida, que considera um "grande passo" na reforma da Previdência fixar a idade mínima neste ano para servidores públicos em 61 anos para os homens e 56 anos para as mulheres.

Ele disse não acreditar na possibilidade de uma reforma que eleve a idade mínima para 65 anos para todos.

"Não pode generalizar 65 anos (como idade mínima para aposentadoria). Em certas atividades, nem aos 60 é compatível. A expectativa de vida do policial militar do Rio de Janeiro está abaixo dos 60. Então, não é justo", disse o presidente eleito, que defendeu também a "majoração" em um ano para as demais carreiras.

Bolsonaro voltou a dizer que é preciso respeitar o ambiente político no Congresso Nacional. Para ele, porém, a proposta apresentada será "bom começo", "algo de concreto" para ajudar na economia.

"Depois das eleições, há um desânimo em Brasília. Não adianta ter boa proposta se não vai passar na Câmara e no Senado", disse.

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