O presidente eleito Jair Bolsonaro disse nessa terça-feira (6), que, "no que depender dele", o general da reserva Augusto Heleno não vai para o Ministério da Defesa, como ele havia anunciado antes, mas para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A intenção de Bolsonaro de levar o general para o Palácio do Planalto para fazer parte do "núcleo duro" do governo foi antecipada na edição desta terça pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O presidente eleito, em um gesto simbólico, fez questão de dedicar boa parte de sua agenda do primeiro dia em Brasília após a eleição a encontros com representantes das Forças Armadas, começando por um almoço com o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna. Na saída, avisou que "os militares terão lugar de destaque" no seu governo.
Com esta mudança de planos da Defesa, Bolsonaro terá que redesenhar o xadrez da cúpula militar. Um dos nomes que surgiu para assumir o Ministério foi o do comandante da Marinha, almirante Eduardo Leal Ferreira. Há quem defenda que o próprio general Silva e Luna permaneça no cargo. Mas, ao sair do encontro com o almirante Leal Ferreira, Bolsonaro, em entrevista, confirmou que quer o general Heleno no "núcleo duro" do Planalto, e declarou que não colocará um civil na pasta, que continuará com um oficial-general.
Nova estratégia
Em seguida, deu sinais de que está pensando em iniciar uma nova estratégia para o comando da pasta, promovendo rodízios de forças. "A Defesa aqui vai ser um quatro-estrelas, pode ser até alguém da Marinha, já que eu estou aqui. Se o general Heleno for pro GSI, acho que a Marinha seria muito bem representada, para dizer que vamos dar espaço pra todas as forças", disse Bolsonaro, que disse ainda que todos os nomes que têm escolhido "são de pessoas competentes" e brincou dizendo que até agora não viu "ninguém reclamar". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.