Operação Ross

Aécio chama Joesley de 'criminoso confesso' e diz que ações foram desnecessárias

Polícia Federal cumpriu mandatos de busca e apreensão no apartamento de Aécio em BH e no RJ

Agência Estado
Cadastrado por
Agência Estado
Publicado em 11/12/2018 às 20:37
José Cruz/ Arquivo Agência Brasil
Polícia Federal cumpriu mandatos de busca e apreensão no apartamento de Aécio em BH e no RJ - FOTO: José Cruz/ Arquivo Agência Brasil
Leitura:

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) atacou o empresário Joesley Batista, dono da JBS, depois de ser alvo da Operação Ross, deflagrada na manhã desta terça-feira, 11, pela Polícia Federal. A investigação coloca o parlamentar mineiro como líder de uma associação criminosa cuja finalidade seria comprar apoio político para sua campanha presidencial nas eleições de 2014. Em pronunciamento rápido à imprensa e sem responder perguntas, Aécio chamou Joesley de "criminoso confesso" e disse que as ações da PF foram "absolutamente desnecessárias".

"Fiz questão de vir aqui falar para dizer que as solicitações da Polícia Federal foram absolutamente desnecessárias, até porque o maior interessado em esclarecer todas essas questões sempre fui eu. A verdade é que não podemos mais aceitar que delações de criminosos confessos e suas versões se sobreponham aos fatos", disse.

"Delatores, no caso o senhor Joesley Batista, em busca da manutenção da sua incrível imunidade penal, falseiam as informações e transforma algo lícito, legal, com aparência de crime. Não houve nenhuma ilicitude. Ao contrário, procuraram durante todo esse tempo algum benefício que eu pudesse ter oferecido ao seu grupo, como governador, como senador da República. Não encontraram nada. (...) É preciso que a gente fique muito atento para impedir que os interesses desses delatores, criminosos confessos, se sobreponham à verdade. (A PGR) está equivocada", complementou.

Propina

De acordo com a PF, o Grupo J&F, dos irmãos Batista, pagou propina, a pedido de Aécio, de R$ 109,3 milhões ao senador, seu partido e outras legendas, como PTB, DEM e Solidariedade. Aécio disse que os valores citados na investigação eram "doações legais". "O fato concreto é um só. Do que estamos tratando nesse inquérito? De doações à campanha eleitoral, doações feitas em 2014 de forma legal, registrada na Justiça Eleitoral, aprovadas nessa mesma Justiça Eleitoral, sem absolutamente qualquer contrapartida", afirmou.

Apesar disso, Aécio disse ter "confiança na Justiça" e disse que deseja depôr à Polícia Federal o mais rapidamente possível. "Eu tenho absoluta confiança na Justiça, a seriedade dessas apurações vai mostrar o que foi feito de forma absolutamente correta, não somente em relação ao PSDB, mas a outros partidos políticos também agora envolvidos nessa questão. Continuarei à disposição da Justiça, pronto para dar todas as explicações, meus advogados estão em contato com o delegado da PF para marcar esse depoimento que eu quero que ocorra o mais rapidamente possível para que a verdade prevaleça", disse.

Últimas notícias