Em seu discurso de despedida no Congresso Nacional, o senador Magno Malta (PR-ES) disse nesta quarta-feira, 12, que não se arrepende de ter "cruzado o País" em nome de Jair Bolsonaro (PSL) e que "faria tudo de novo" pelo presidente eleito. Desde que Bolsonaro definiu os nomes de seu corpo ministerial, Magno Malta estaria demonstrando frustração e descontentamento com o antigo aliado, o que ele nega.
"E começamos a ver, há dois anos, o Brasil se movimentando em torno de si, uma nação que virou - nunca tinha visto. O Brasil se tornou militante de si mesmo, o Brasil virou militância. O pai de família militou por ele, militou pelos filhos, uma militância contra uma militância. Era a militância da família, da vida, do bem, dos valores, contra a militância da erotização de crianças, do desrespeito à criança, do desrespeito à escola, escola com partido, ideologia de gênero", afirmou. "As pessoas passaram a chorar nas ruas, emocionaram-se com o Hino Nacional. Milhares, milhares, milhares e milhares foram às ruas, o País verde e amarelo se tornou militante de si mesmo. Digo ao senhor, Sr. Presidente, que eu faria tudo de novo - faria tudo de novo"
Sem citar supostos desentendimentos, Magno Malta também voltou a dizer que "continua confiando" no presidente eleito. "Continuo confiando em Bolsonaro. Faria tudo de novo. Vejo o Bolsonaro como um homem de caráter, um homem de bem, um sujeito sensível às coisas espirituais. Há quem zombe. Azar o seu! Todos nós passaremos, somos mortais, a vida é fugaz, é rápida. A Bíblia diz que, depois da morte, segue-se o juízo. Pode zombar o que quiser. Quem sabe depois você não tenha mais tempo de se arrepender", afirmou.
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Não se reelegeu
O senador, que não conseguiu se reeleger em seu Estado, o Espírito Santo, acrescentou ainda que permanece como amigo de Bolsonaro e que a imprensa vai ter "engoli-lo". "O Presidente Bolsonaro é meu amigo, continua meu amigo. As defesas que lhe fiz farei em qualquer lugar. As narrativas que construí continuo afirmando-as. Deve ser muito duro para uma imprensa, que o tratou como folclore durante muitos anos, ter de engoli-lo como Presidente", disse.
Desde o início da campanha de Jair Bolsonaro, o senador do PR era um dos cotados para assumir uma posição no primeiro escalão do presidente eleito, mas acabou preterido e chegou a afirmar que irá deixar a política. Na última quarta-feira, 5, ao retornar para atividades no Senado, Magno Malta tentou negar qualquer tipo de frustração. "Meu compromisso com o Bolsonaro foi até dia 28, às 19h30. Nós tínhamos um projeto de tirar o Brasil do viés ideológico e nosso compromisso acabou no dia 28. Bolsonaro não tem nenhum compromisso comigo", afirmou.