Memória Política

Ex-major Ferreira depõe na Comissão da Verdade

Recrutado pelo Exército em 1969 para atuar na repressão aos opositores do regime militar, ex-major depõe hoje à tarde. Segurança no auditório do Banco Central será reforçada

Eduardo Machado
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Eduardo Machado
Publicado em 20/09/2012 às 7:13
Foto: Marcos Michael/Acervo JC Imagem
Recrutado pelo Exército em 1969 para atuar na repressão aos opositores do regime militar, ex-major depõe hoje à tarde. Segurança no auditório do Banco Central será reforçada - FOTO: Foto: Marcos Michael/Acervo JC Imagem
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Segurança reforçada para a sessão pública desta quinta-feira da Comissão da Verdade e da Memória Dom Helder Câmara, no Auditório do Banco Central, Centro do Recife. A partir das 14h, será ouvido o ex-major da PM José Ferreira dos Anjos, recrutado pelo Exército em 1969 para atuar na repressão aos opositores do regime militar. O acesso ao auditório obedecerá a ordem de chegada e a capacidade máxima de 200 pessoas será respeitada. Dez homens e duas viaturas do 16º Batalhão foram deslocados para o local por precaução. “Não acreditamos em nenhum tumulto, mas mesmo assim, o efetivo estará de prontidão no Banco Central”, asseverou o diretor-geral de Operações da Polícia Militar, Paulo Cabral.

Durante a sessão, o principal interlocutor do ex-major será o advogado e ex-deputado estadual Pedro Eurico. Relator do caso Padre Henrique na comissão, Eurico pesquisou questões referentes à trajetória do ex-oficial que podem ajudar a esclarecer episódios emblemáticos ocorridos em Pernambuco entre 1964 e 1985. “Fizemos um trabalho de preparação para buscar o máximo de informações possíveis junto ao ex-major”, pontuou. Ontem à tarde, Eurico conversou com Ferreira por telefone e ele confirmou a participação.

O advogado e ex-deputado federal Fernando Coelho, que preside a comissão, acredita que o depoimento de Ferreira será muito importante. “O convidado tem condições de colaborar em muitos pontos com o nosso objetivo que é de, finalmente, estabelecer a verdade em torno de casos como o atentado ao estudante Cândido Pinto e o assassinato do padre Henrique”, avaliou Fernando Coelho.

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