A Revolução de 1817, cujo bicentenário será comemorado daqui a dois anos, foi o destaque de um evento realizado nesta terça-feira (10) no Palácio do Campo das Princesas. Por meio de um decreto, o governador Paulo Câmara (PSB) instituiu uma comissão para coordenar os trabalhos de celebração dos 200 anos do movimento pernambucano que prenunciou a Independência do Brasil.
O colegiado planejará uma série de eventos até 6 de março de 2017, quando serão comemorados os 200 anos da Data Magna. Entre as ações: atos comemorativos, publicações e exposições. "As comemorações do bicentenário de 1817 darão aos pernambucanos e aos brasileiros a oportunidade de aprofundar reflexões sobre o valor do idealismo, dos direitos humanos, das conquistas democráticas e da afirmação da soberania nacional", discursou Paulo Câmara.
A Comissão Organizadora do Bicentenário da Revolução de 1817 é formada por representantes das secretarias estaduais da Casa Civil (que coordenará o grupo), Cultura e Educação; Prefeitura do Recife; Assembleia Legislativa; Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP); Academia Pernambucana de Letras (APL); Ministério da Cultura (Minc) e Comitê Pernambuco 2017. Cada órgão indicou dois membros.
José Luiz Mota de Menezes, presidente do IAHGP, falou em nome dos demais membros da comissão. "A data de 6 de Março constrói a história de Pernambuco", disse.
HISTÓRIA
O movimento de libertação contra a opressão da Corte Portuguesa foi liderado por Domingos José Martins, com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva e do Frei Caneca. Os revolucionários, inspirados pelas ideias iluministas, instalaram um governo provisório que tinha como propostas a proclamação da República, a extinção de impostos abusivos e a elaboração de uma Constituição que garantisse os direitos dos cidadãos, a exemplo da igualdade de todos perante a lei, a liberdade religiosa e de imprensa.
A revolução conseguiu reunir representantes dos mais diversos segmentos da sociedade, como religiosos, militares e intelectuais, que, juntos, desejavam a emancipação política e a implantação de um governo republicano.
Dois meses após seu estopim, o movimento foi sufocado pelas tropas da Coroa Portuguesa, que cercaram a cidade do Recife por terra e mar, culminando na prisão e morte de seus líderes. Mesmo derrotada, a revolução perpetuou ideias e colaborou com a Independência do Brasil, proclamada apenas cinco anos depois do levante pernambucano. Em 1917, no centenário da Data Magna, foi feriado nacional.