Desconstruir o projeto de governo do PSB no Estado e no Recife. As oposições na Assembleia Legislativa (Alepe) e na Câmara Municipal deram novo passo, ontem, numa segunda reunião para organizar a atuação articulada das duas bancadas contra os governos socialistas. As oposições decidiram atuar em múltiplas frentes e de forma compartilhada, elencando mobilidade urbana, saúde, educação, segurança cidadã, obras inacabadas, combate às drogas e situação dos habitacionais do Recife como o foco estratégico da ação unitária que será repercutida nas duas Casas.
Sob pressão desde o início da gestão, o governador Paulo Câmara (PSB) poderá ter um alívio no “sufoco”, com a minoria na Alepe incluindo o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB) – que a oposição considera esquecido – na rota das fiscalizações, cobranças e críticas. A agenda está definida: um levantamento das obras inacabadas na Capital, até a próxima semana, vistorias no começo de junho e, ainda na primeira quinzena, audiência pública na Câmara para debater as paralisações. Quinta-feira (21), as duas bancada já promovem um Grande Expediente na Alepe, para discutir a mobilidade urbana.
Áreas de atuação foram distribuídas entre vereadores, como o líder da oposição Jurandir Liberal (PT, com transporte coletivo e mobilidade), Jairo Britto (PT, educação e desmontagem do Orçamento Participativo), Marília Arraes (de saída do PSB, com segurança cidadã e combate às drogas) e Osmar Ricardo (PT, situação dos servidores municipais).
Os oposicionistas negam, mas a longo prazo a estratégia visa a eleição municipal de 2016. A bancada na Alepe considera a atuação da oposição na Câmara “acanhada” e desarticulada, o que estaria deixando Geraldo Julio sem contraditório.
“Vamos compartilhar a atuação (repercutir a cidade na Assembleia). Fizemos um pacto de só tratar 2016 em 2016, porque cada partido tem seus interesses”, despistou Sílvio Costa Filho (PTB), líder na Alepe ao final da reunião no escritório político de Jurandir Liberal. “O objetivo é mostrar a realidade do Recife, dividindo tarefas com os deputados”, destacou Liberal.
Atuando em múltiplas áreas as oposições querem causar efeito-surpresa, apontando “as fragilidades” dos governos do PSB no Estado e na Capital, com eco nas duas Casas. “A oposição estava solta na Câmara, precisava de uma articulação. Só havia pressão sobre Paulo Câmara, enquanto Geraldo Julio estava distante disso. Vamos mostrar o Recife de verdade”, revela um oposicionista sob anonimato.