Câmara Municipal

Vereadores aprovam crédito especial para orçamento de novas secretarias municipais

Votação aconteceu no último dia de funcionamento da Casa antes do recesso de julho, e contou com muita polêmica

Mariana Mesquita
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Mariana Mesquita
Publicado em 02/07/2015 às 0:37
Foto: Câmara Municipal do Recife/Divulgação
Votação aconteceu no último dia de funcionamento da Casa antes do recesso de julho, e contou com muita polêmica - FOTO: Foto: Câmara Municipal do Recife/Divulgação
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A Câmara Municipal do Recife aprovou ontem, durante uma sessão que envolveu bastante polêmica, os pedidos de crédito especial para prover os orçamentos das novas Secretarias Municipais, a de Combate ao Crack e outras Drogas e a de Desenvolvimento e Empreendedorismo. 

Um dos principais pontos apontados pelos opositores foi que, para gerar verba para a secretaria de Combate ao Crack, o prefeito Geraldo Julio anulou R$ 10 milhões do orçamento estabelecido para a Empresa de Urbanização do Recife (URB) e à Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb). “Por que tirar da infraestrutura neste momento crítico pós-chuva pelo qual o Recife está passando? E por que a prefeitura não explica quando, como e onde esse dinheiro será gasto?”, questionou Isabella de Roldão (PDT).

Criadas no ano passado (segundo críticas da oposição, para acomodar aliados políticos ligados ao PSDB e ao DEM), as duas secretarias ainda não contavam com dotação orçamentária que permitisse seu funcionamento. Enquanto o total de R$ 12,2 milhões da Secretaria de Combate ao Crack foram realocados da infraestrutura (e não, como apontaram os opositores, das verbas de custeio ou de propaganda), no caso da Secretaria de Empreendedorismo, que conta com um orçamento de R$ 31,6 milhões, o dinheiro foi remanejado de ações que já existiam em outras secretarias. “Isso prova como esse novo órgão é supérfluo”, atacou André Régis (PSDB), pontuando que o Recife conta com 30 secretarias, um número “excessivo”.

Junto com Osmar Ricardo e Jairo Britto, ambos do PT, eles atacaram o prefeito Geraldo Julio e o líder do governo na Câmara, Gilberto Alves (PTN). “Agem de forma passiva e, na certeza da aprovação, não se preocupam em discutir”, disse Isabella, criticando o excesso de votações em regime de urgência. “Apelo ao prefeito para que envie seus novos projetos com notas explicativas e exposição dos motivos pelos quais foram criados”, falou Régis.

Gilberto Alves ficou em silêncio durante toda a sessão. “Não é nosso interesse contaminar o debate técnico com política, estabelecendo falsos embates. A fase de debater é antes, nas comissões e audiências. Não no plenário”, informou à reportagem, após a votação. Ele confirmou o remanejamento da verba da URB e da Emlurb, mas ressaltou que isso pode ser revisto, se houver necessidade nestes setores.

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