Em meio a intrigas que apontam, de um lado, pressão do governo para reversão da posição e, de outro, um clima artificial de rebelião para barganhar concessões do Executivo, o bloco de governistas – denominado de “Grupo dos 5” – que decidiu votar contra os projetos que aumento as alíquotas de impostos pode ter o reforço de dois deputados até segunda-feira (28).
Preocupados com a repercussão em suas bases, o grupo alega que votará contra porque os aumentos do ICMS, IPVA e ICD vão “penalizar” a população e por considerar que a necessidade de aumento da arrecadação, em 2016, seria resultado de um “desajuste fiscal” no Estado.
Na tentativa de reverter o possível voto contrário, nas votações dos projetos de lei do governador Paulo Câmara (PSB), no plenário, presidentes de partidos passam a ligar para os deputados pedindo esclarecimento pela posição tomada quinta-feira (24).
Os cinco são da base governista, todos de pequenos partidos, em primeiro mandato – Professor Lupércio (SD), Eduíno Brito (PHS), Joel da Harpa (PROS), Beto Accioly (SD), João Eudes (PRP) – e que podem receber a adesão de dois outros governistas insatisfeitos com o governo, que não revelam os nomes.
Os bastidores, as adesões seriam a do veterano Everaldo Cabral (PP), que confirmou a possibilidade e de Dr. Valdir (PP). “Decido segunda-feira”, resumiu Cabral. O embrião do grupo foi em 1º de fevereiro, quando formou-se para votar em bloco na eleição da Mesa Diretora.
“Queremos passar a votar em bloco, a começar pelos projetos de aumento de impostos. Vamos discutir mais amplamente, porque a liderança do governo não fez essa discussão, mas nossa posição é votar contra ”, revelou Joel da Harpa.
Para garantir uma vitória fácil, o governo - via presidentes de partidos aliados - procurou, nesta sexta-feira, saber as razões da rebelião. O grupo evita falar, mas é admitida a pressão. “Ligam para forçar a barra, mas não há ameaças”, disse um rebelde.
“Estão criando um clima artificial de barganha. O governo não tem porque pressionar”, contestou um governista sob anonimato.