Ministro da Educação, o pernambucano Mendonça Filho (DEM) diz que não faz sentido tentar controlar o conteúdo dentro da sala de aula por meio de uma legislação como a que vem sendo discutida. Ele faz questão de ressaltar, porém, que não cabe ao MEC interferir na agenda do Congresso e que os parlamentares têm direito de debater qualquer tema que diga respeito a políticas públicas.
“Eu acho que professores bem formados, comprometidos com uma base curricular definida é o que a gente deve buscar. E o debate deve ser amplo e plural dentro da sala de aula. Eu vivi minha educação dentro de salas de aula onde nós tivemos a oportunidade de vivenciar debates bastante amplos; muitas vezes, cujos conteúdos ou teses defendidas ou apresentadas eu não concordava. Mas devo ter noção do conjunto das ideias para que eu possa formar o meu próprio juízo e minha própria opinião”, explica.
Em maio, logo após assumir o comando do MEC, Mendonça recebeu o ator Alexandre Frota e o grupo pró-impeachment Revoltados On-line, que dentre os temas tratados dizem ter pedido apoio para as propostas contra “doutrinação” em sala de aula. Agora em julho, bispos, pastores e parlamentares evangélicos teriam procurado o presidente interino Michel Temer (PMDB) para fazer lobby em favor da Escola Sem Partido, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
“Evidentemente que jamais eu vou avaliar uma postura sectária ideológica. Mas não será por meio de uma legislação como, por exemplo, uma que possa criar um suposto tribunal de ideias dentro das escolas, que você vai chegar a esse objetivo. Acho que o bom senso tem que prevalecer”, argumenta o ministro da Educação.