JUDICIÁRIO

TJPE tem desafio de melhorar a 1ª instância

Índice de Produtividade do TJPE é 48,2%, diz relatório do CNJ

Paulo Veras
Cadastrado por
Paulo Veras
Publicado em 23/10/2016 às 12:44
Foto: Avervo JC Imagem
Índice de Produtividade do TJPE é 48,2%, diz relatório do CNJ - FOTO: Foto: Avervo JC Imagem
Leitura:

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) tem os maiores desafios dentre os três tribunais sediados no Estado. O Índice de Produtividade da Justiça Estadual é de 48,2%. Depois de um pico em 2013 (79%), quando a Corte adotou uma ampla política de limpeza no acervo de inúmeras varas, principalmente nas de execução fiscal, o número parece ter se adequado a média do órgão, mostrando que há espaço para uma nova corrida em busca de produtividade.

De acordo com o CNJ, magistrados e servidores precisariam dobrar a produtividade para atingir o número ideal de 100%. Os gargalos convivem lado a lado com resultados positivos, como o quinto melhor percentual de conciliação do País (16,4%). O índice de atendimento à demanda foi de 106,6%, o que significa que a Corte dá baixa em mais processos do que recebe anualmente. O gasto com pessoal representa 90,9% do orçamento do Poder e o TJPE tem um dos menores números de comissionados no primeiro grau (4%) e privilegia servidores efetivos nas funções.

“Temos definido uma estratégia no sentido de fortalecer todas as atividades que resultam em uma elevação do índice de produtividade”, garante o desembargador Leopoldo Raposo, presidente do TJPE. Um dos desafios é melhorar a qualidade da primeira instância, onde o índice de produtividade de 46% fica a frente apenas do Pará e Rio Grande do Norte.

Justica em Numeros

Para reforçar as varas de primeira instância, um estudo em andamento no Comitê de Priorização do Primeiro Grau avalia uma redistribuição dos servidores do TJPE. O plano de trabalho deve ser concluído até janeiro do próximo ano. Além disso, no próximo ano, todas as varas devem ter implantado o processo judicial eletrônico. Além de agilizar a tramitação das causas, o novo modelo ajuda a liberar força de trabalho. No segundo grau, o processo eletrônico também ajudará a reduzir a demanda por servidores, que poderão ser redistribuídos.

O mecanismo é uma aposta para reduzir a alta taxa de congestionamento (79,6%). O relatório do CNJ ainda aponta que o TJPE é a Corte com a maior discrepância entre o tempo médio de trâmite de execução e de conhecimento. O documento ainda aponta que o tempo de tramitação até a baixa na execução (9,2 anos) leva, em média, o triplo do tempo da baixa no conhecimento (3,6 anos) na Justiça Estadual. Só o Tribunal de Justiça do Piauí gasta mais tempo na tramitação das causas em execução.

“O processo eletrônico é uma revolução do Judiciário. Nós vamos ter economias e ganhos notáveis”, afirma Leopoldo Raposo. “Ele irá agilizar sobremaneira o processo, a sua tramitação e reduzir comparavelmente o tempo da sua conclusão”, lembra ainda o presidente.

CONCILIAÇÃO

Com bons números, o TJPE também enxerga na conciliação uma das estratégias para ampliar a produtividade. Em agosto, 17 salas de conciliação foram inauguradas no Fórum Rodolfo Aureliano, no Recife. “Nos EUA, 95% dos processos são tratados através de mediação. Aqui é o inverso. Então temos que identificar a mediação para diminuir não só o acervo, mas para evitar que esse acervo seja incrementado”, explica o desembargador.

No TJPE, 266 dos 764 cargos de magistrados estão vagos. Mas em função da crise há uma dificuldade em nomear novos juízes, segundo o Poder. No primeiro semestre de 2017, há uma expectativa de nomear de 20 a 30 novos magistrados, mas o investimento em folha ainda depende da questão orçamentária.

Últimas notícias