“A violência e o desemprego são os grandes desafios para 2017. Não tivemos um ano fácil em 2016, assim como em 2015, e estamos nos preparando como sempre estivemos. A questão da violência não está restrita a Pernambuco. O tráfico de drogas é outra ameaça muito grande. Ações de prevenção e de inteligência são o grande desafio para 2017. Não estamos acomodados de maneira nenhuma. O foco é grande. O novo secretário (Angelo Gioia) está motivando as polícias”.
A declaração acima foi dada pelo governador Paulo Câmara (PSB) em uma entrevista no início deste ano. De acordo com o gestor, o trabalho está sendo feito e os resultados irão aparecer para que a população se sinta mais segura.
LEIA MAIS:
Sistema prisional é calo da gestão do PSB em Pernambuco
Segurança: PSB vai da grife Pacto pela Vida à cobrança da população
Entre os desafios de Paulo Câmara para diminuir a onda de violência no Estado, está o entendimento com as polícias Militar e Civil. As corporações tiveram seus embates com Eduardo Campos, mas na atual gestão os conflitos ficaram maiores devido a cobranças por melhores condições de trabalho e aumento salarial. No fim do ano passado, por exemplo, a Polícia Militar iniciou uma operaçã0-padrão e obrigou o governador a pedir o apoio do governo federal, que, por sua vez, enviou soldados do Exército para ajudar no policiamento no Estado.
Também no ano passado, o governador decidiu dar fim à mesa de negociação que funcionava desde 2015 com representantes de associações de policiais e bombeiros militares e a Secretaria de Administração. As tratativas, então, passaram a ser feitas diretamente pelos militares a seus comandos.
Substituto de Alessandro Carvalho na Secretaria de Defesa Social desde outubro do ano passado, Angelo Gioia destaca que a medida é a mais acertada. “As associações pautavam a ação dos comandos. Essa é uma quebra de paradigma e devolvemos aos comandos o dever de administrar a polícia. Venho em um contexto de mexer com as polícias no sentido de restabelecer alguns princípios”, afirma.
Considerado um secretário “linha dura”, inclusive por pessoas próximas ao governador, Angelo Gioia diz que a tendência é que melhores resultados apareçam este ano. “Enfrentamos greve branca das polícias Militar e Civil. Não trabalhamos com a capacidade máxima”, diz, enfatizando, ainda que “não se enfrenta problema complexo com medidas simples”.
BATALHÕES
Um dos choques de gestão que Angelo Gioia quer dar na Polícia Militar diz respeito à Radiopatrulha. A unidade, considerada um batalhão de elite da PM, será reforçada com 176 homens em 2017. Eles andarão com fuzis e terão a missão de atuar, de forma prioritária, no combate a assaltos a bancos e caixas eletrônicos na Região Metropolitana do Recife. “A Radiopatrulha estava relegada a segundo plano”, diz Gioia.
O secretário ressalta que o Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI) também será alvo de mudanças ao longo deste ano. “Vamos manter no batalhão só o que temos de melhor. Não tenho dúvidas de que as ações vão surtir efeito”, pontua. Ele ainda cobra a parceria das prefeituras para que o combate à violência tenha resultados a partir de medidas como melhoria da iluminação pública, fortalecimento da guarda municipal e regulação de bares.
MAIS ESPECIAL PSB 10 ANOS DE PODER
Com OSs, PSB 'privatizou' saúde pública
