CARUARU

Em Caruaru, gestão Raquel Lyra diz herdar débito de R$ 138,8 milhões

Descumprimento dos gastos com Educação e falta de contrato de lixo no balanço da nova gestão de Caruaru

Paulo Veras
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Paulo Veras
Publicado em 23/01/2017 às 20:21
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Descumprimento dos gastos com Educação e falta de contrato de lixo no balanço da nova gestão de Caruaru - FOTO: Foto: reprodução do Facebook
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A equipe da prefeita Raquel Lyra (PSDB) anunciou ontem ter assumido R$ 138,8 milhões entre restos a pagar da Prefeitura de Caruaru e dívidas previdenciárias. O balanço apresenta outras irregularidades como o não cumprimento do percentual mínimo de 25% da receita em educação (o valor aplicado foi 17,18%).

O atual governo diz que serviços essenciais como a coleta de lixo, o fornecimento de merenda e a iluminação pública estavam sem contratos válidos no início do ano. Enquanto restos a pagar somam R$ 35,8 milhões; a prefeitura teria R$ 26,2 milhões de saldo. Desse valor, R$ 1,3 milhão seria sem qualquer vinculação específica.

O texto também aponta que 62% do quadro de pessoal da prefeitura possuía contrato temporário: são 5,4 mil temporários trabalhando no município. A despesa com pessoal soma 50,99% da Receita Corrente Líquida; enquadrado no limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O relatório apresentado pelo advogado Bruno Costa sem a presença da prefeita ressalta que o objetivo não era realizar uma auditoria nas contas do município, nem fazer uma análise crítica da gestão anterior. O ex-prefeito José Queiroz (PDT) apoiou Raquel Lyra no segundo turno da disputa. No primeiro, um acordo dele com o PSB fez com que o candidato socialista fosse o ex-vice-prefeito Jorge Gomes, levando Raquel para o ninho tucano.

'CARUARU NÃO ESTÁ QUEBRADA'

Escalado para responder aos questionamentos da atual gestão, o ex-secretário de Governo Rui Lira diz que os débitos previdenciários estão parcelados ao longo de anos; que haviam provisionadas verbas correspondentes aos restos a pagar deixados pela gestão anterior; e que o percentual de gastos com educação só foi descumprido porque os recursos da repatriação representaram uma receita extra no final do ano.

“Caruaru não está quebrada e nem em situação dramática como eles estão tentando insinuar”, disse. “Eles estão fazendo um jogo com os números, eu não sei para que. Porque isso não vai adiantar bulhufas. Porque qualquer problema que houver, eles vão ter que equacionar, como nós equacionamos até dezembro”, afirmou.

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