Quando Eduardo Campos chegou ao poder, decidiu implantar um modelo de gestão de transporte que seria referência para o País, com o Grande Recife Consórcio de Transporte, substituindo a EMTU. A ideia era que as prefeituras fossem sócias e participassem da gestão. Apenas Recife e Olinda aderiram ao consórcio, municípios que tinham melhores condições técnicas e políticas de adesão. A situação hoje é a mesma desde que o Consórcio foi implantado, em 2008.
O presidente da EMTU, que virou Consórcio, era Dilson Peixoto (PT). Depois, ficou nas mãos de Danilo Cabral (PSB). Na prática, o Consórcio segue fazendo o mesmo trabalho que era desenvolvido pela EMTU e ainda teve os recursos cortados. A EMTU tinha 4% do faturamento do sistema de transporte da RMR. Os recursos serviam para pagar os empregados, manutenção dos terminais e elaboração de projetos. Em 2011, o governo extinguiu a receita e dependente do tesouro estadual.
Após a implantação do Consórcio, o número de terminais integrados foi ampliado, passando de dez para 24. O número de linhas também foi ampliado - de 323 em 2007 para 403 em 2016. No entanto, o incremento de linhas não significa mais oferta de transporte. O que ocorreu foi o desmembramento do trajeto, fazendo com que linhas que seguiam da periferia para o Centro parassem nos TIs e os passageiros têm que pegar outro coletivo. Tanto que o número de veículos permanece praticamente o mesmo: de 2.698 no ano de 2007 para 2.798 até o ano passado.
DECISÃO
Sobre a falta de participação das prefeituras no Consórcio, em nota, foi respondido que "é uma decisão de cada município" e que, com o início de novas gestões municipais, o diálogo será retomado.