PSB 10 anos

Mobilidade quase parada na Região Metropolitana do Recife

Em 2017 completam-se 10 anos desde que Eduardo Campos assumiu o governo e o PSB passou à condição hegemônica no Estado. A força política, no entanto, não foi suficiente para resolver um dos principais gargalos do Estado e da RMR: a mobilidade urbana

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 23/01/2017 às 7:23
Foto: André Nery/JC Imagem
Em 2017 completam-se 10 anos desde que Eduardo Campos assumiu o governo e o PSB passou à condição hegemônica no Estado. A força política, no entanto, não foi suficiente para resolver um dos principais gargalos do Estado e da RMR: a mobilidade urbana - FOTO: Foto: André Nery/JC Imagem
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A notícia de que o Recife seria uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 marcou também a promessa de uma nova era na mobilidade na Região Metropolitana. Seria, se os projetos tivessem andado plenamente. Mas o que se vê hoje é um BRT que funciona pela metade, com trechos sem faixas exclusivas, carcaças de estações abandonadas e passageiros reclamando da falta de segurança nas estações e até mesmo dentro dos modernos ônibus. Obras paradas, como Ramal da Copa e a navegabilidade do Rio Capibaribe, ainda parecem distantes. A área de mobilidade talvez tenha sido uma das mais frustradas nesses dez anos de gestão do PSB no Estado.

No corredor Leste-Oeste, as estações de Camaragibe não existem. O ramal Norte-Sul, que seguiria para Boa Viagem nunca foi iniciado. Na parte em operação, que leva ao Centro do Recife, ainda faltam concluir duas estações. Quando chega na Avenida Cruz Cabugá, os ônibus deixam de ter corredor exclusivo e encaram o engarrafamento misturados aos carros. O mesmo ocorre na Madalena, no Leste-Oeste, onde faltam oito estações do projeto. Ao fim da Avenida Caxangá, o trânsito também se mistura.

Nas estações de BRT da PE-15, o clima é de medo. O técnico em informática Antônio Ferreira, de 22 anos, morador de Torres Galvão, em Paulista, diz que já presenciou atos de vandalismo em uma das estações. "A falta de segurança assusta. Já vi vários assaltos", diz. A dona de casa Madalena Silva, 41 anos, também assistiu a assaltos dentro do coletivo. "O transporte é bom, mas falta muita coisa. As paradas são desertas e não tem segurança. Já vi um assalto dentro do ônibus, os bandidos levaram pertences de passageiros. Devia ter mais policiamento." A estação em que as entrevistas foram feitas, Hospital Central, em Paulista, está com um vidro quebrado, foi alvo de vândalos, segundo usuários.

Outro ponto questionado pelos usuários é a qualidade do serviço oferecido nos terminais integrados (TIs). Para não pagar duas passagens, o cidadão precisa ir até um TI e esperar muitas vezes um longo tempo para pegar outra condução. Capitais como Curitiba, São Paulo e Maceió já possuem a integração temporal, um sistema de bilhetagem que permite o uso de mais de um ônibus no período de duas horas. O modelo de TIs é visto como ultrapassado.

RESPOSTAS

Segundo o Grande Recife Consórcio de Transporte, há 64 linhas que funcionam nesse sistema, das quais sete fazem integração às estações de metrô. "A ampliação da integração temporal ainda precisa passar por estudos."

A Secretaria das Cidades informa que as obras do corredor Norte-Sul ainda estão sendo executadas pelo Consórcio Emsa/Aterpa e encontra-se 90% pronta. Já no corredor Leste-Oeste, as obras foram abandonadas pelo Consórcio Mendes Jr e Servix e a secretaria está realizando o levantamento do que falta completar na obra para fazer uma nova licitação este ano. Segundo a pasta, o corredor está 80% concluído. Segundo a pasta, o Instituto Pelópidas Silveira, da Prefeitura do Recife, está concluindo estudos para a circulação dos veículos de BRT na Avenida Cruz Cabugá e Rua Benfica.

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