Segurança Pública

Pacto pela Vida vira arma de discussão política

Ex-secretário de Imprensa de Eduardo Campos e sociólogo ligado ao programa batem boca sobre ações do governo estadual na áreas de Segurança Pública

Franco Benites
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Franco Benites
Publicado em 28/01/2017 às 6:01
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Ex-secretário de Imprensa de Eduardo Campos e sociólogo ligado ao programa batem boca sobre ações do governo estadual na áreas de Segurança Pública - FOTO: Acervo JC Imagem
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As ações na área de Segurança Pública e o Pacto pela Vida tornarnam-se um calo para a gestão Paulo Câmara (PSB). Mas os socialistas decidiram que não serão encurraldos pelas críticas e resolveram partir para o ataque. Esta semana, o deputado federal Danilo Cabral (PSB) e o jornalista Evaldo Costa, ex-secretário de Imprensa de Eduardo Campos, saíram em defesa do Pacto e centraram fogo nos críticos da gestão.

Evaldo Costa publicou um texto no Blog de Jamildo, do NE10, descredenciando o sociólogo José Luiz Ratton como um dos criadores do Pacto. De acordo com o jornalista, o estudioso não concebeu o programa e foi apenas um “escriba, relator, sistematizador de contribuições alheias”.

“Como assessor, alguém sem nenhuma responsabilidade executiva ou operacional, Ratton foi encarregado de tirar do gravador centenas de sugestões e redigir um documento que é, vamos dizer, a descrição do PPV”, escreveu Evaldo Costa. O jornalista também minimizou as participações de Ratton nas reuniões do Pacto e chegou a afirmar que Eduardo achava o sociólogo “meio espertinho”.

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A resposta de Ratton também foi dada via Blog de Jamildo. O sociólogo afirmou que recebeu o texto de Evaldo com “um misto de surpresa e decepção” e defendeu sua contribuição para o Pacto. “Fui assessor especial do governador Eduardo Campos para a área de Segurança entre janeiro de 2007 e agosto de 2012 e ajudei a construir e elaborar os princípios, concepções, metodologoias, mecanismos e metas do Pacto pela Vida”, assegurou.

Recentemente, em entrevista ao JC, Ratton afirmou que o Pacto pela Vida morreu e fez uma série de críticas à execução programa. Já nas redes sociais, ele afirmou que o aumento da violência é resultado da falta de “vontade, compromisso, imaginação, estratégia, método, governança, investimento e disposição para aprender e inovar” por parte dos governos federal e estadual e da prefeitura do Recife.

As observações de Ratton, seja nas redes sociais ou em entrevistas a veículos de comunicação de Pernambuco ou de outros estados, têm incomodado cada vez mais a gestão Paulo Câmara. A preocupação entre os governistas é que as avaliações tenham rebatimento negativo no projeto de reeleição de Paulo Câmara em 2018.

GOVERNO X OPOSIÇÃO

A oposição, aliás, não tem deixado o assunto passar em branco. O senador Armando Monteiro (PTB), que disputou o governo estadual contra Paulo em 2014 e pretende repetir a dose no próximo ano, vem repercutindo as críticas de Ratton. “O desmonte do Pacto não é causado pela crise econômica, mas sim pela ausência do governador na gestão pública”.

O deputado federal Danilo Cabral (PSB), ex-secretário de Planejamento de Paulo Câmara, defendeu o programa. “Não há, no Brasil, experiência que tenha apresentado nos últimos dez anos resultados mais expressivos do que o Pacto pela Vida”, afirmou.

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