O vereador Jayme Asfora (PMDB) usou as redes sociais neste sábado (4) para criticar uma situação envolvendo dois colegas de partido. O peemedebista condenou a decisão do presidente Michel Temer (PMDB) de dar status de ministro ao secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, que é filiado ao PMDB.
No Facebook, Jayme, que é advogado e presidiu a Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE), disse que a iniciativa foi um acinte.
"Uma vergonha - novamente - se tentar burlar a Justiça pela famigerada via do "fôro privilegiado", neste caso acintoso de MOREIRA FRANCO! Desde que fui Presidente da OAB/PE, defendo, junto com meus valorosos companheiros da Ordem, o fim dessa excrescência, desse anacronismo que é o "fôro privilegiado" p Ministros de Estado, parlamentares; e tantas e tantas autoridades!!", escreveu.
Em Pernambuco, Jayme é próximo do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) e do vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico Raul Henry, que também preside o PMDB estadual e é amigo de Moreira Franco.
'REBELDIA'
Aliado do prefeito Geraldo Julio (PSB), Jayme já havia demonstrado esta semana outra ação de "rebeldia". Apesar da gestão municipal e da bancada governista na Câmara de Vereadores ter defendido que a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Casa ficasse nas mãos da vereadora Michele Collins, o peemedebista tomou posição diferente.
Para Jayme, a comissão de Direitos Humanos deveria ser presidida pelo vereador Ivan Moraes (PSOL), que faz oposição a Geraldo Julio.
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"Conheço a trajetória de Ivan Moraes - que já foi coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos e atuou no Centro Luiz Freire -, e já estivemos juntos em algumas trincheiras. Por isso, sei que ele entende que é preciso trabalhar para avançar nas conquistas e não permitir retrocessos", disse em nota.
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O vereador do PMDB fez uma comparação da situação recifense - Michele Collins é evangélica e ligada a pautas conservadoras - com a atuação do deputado Marcos Feliciano (PSC-SP) na presidência da comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal.
"Recentemente, o Legislativo recifense também presenciou debates que não se coadunam com o compromisso com os direitos humanos como a defesa da submissão da mulher ao homem; a crítica aos investimentos no acesso da população LGBT a políticas públicas; o impedimento do debate sobre o respeito ao próximo, independente de orientação sexual, nas escolas; entre outros. É esse espaço que não podemos abrir", disse o vereador.
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