Mudança de lado

No PSOL, Paulo Rubem terá Armando, ex-aliado, como adversário político

Paulo Rubem e Armando Monteiro caminharam juntos em 2014, mas a partir de agora estarão em campos diferentes na política

Franco Benites
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Franco Benites
Publicado em 12/03/2017 às 7:30
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Paulo Rubem e Armando Monteiro caminharam juntos em 2014, mas a partir de agora estarão em campos diferentes na política - FOTO: Divulgação/PTB
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Durante a campanha para o governo estadual em 2014, a cena se repetiu muitas vezes pelas ruas do Recife ou do interior: Armando Monteiro (PTB) e Paulo Rubem, então no PDT, lado a lado, em caminhadas ou carreatas, acenando para eleitores. Imagens como essa, a partir de agora, ficam apenas na lembrança ou nos registros jornalísticos já que Paulo Rubem se filiará ao PSOL nesta segunda-feira

“Armando acalenta a construção de uma nova candidatura ao governo e para isso o PTB vai fazer os movimentos que entenda necessários. Certamente, a conjuntura vai exigir do PSOL um rumo mais à esquerda e talvez a perspectiva eleitoral do PTB seja de centro ou de centro-direita. Os rumos que vamos tomar na campanha presidencial e na campanha estadual também serão diferentes”, avalia.

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Apesar desse distanciamento político, Paulo Rubem ressalta que tem uma boa relação com Armando e espera prosseguir com ela.

“Conversei com Armando há mais ou menos dez dias. Sempre tive aberto um canal de diálogo independente de posições políticas ou votações no Congresso. O distanciamento é fruto de identidades políticas e ideológicas diferentes, o que não impede da gente manter um canal de conversa e debate”, declara.

A boa relação se estende ao PT, partido que Paulo Rubem ajudou a fundar e do qual saiu brigado. Agora, ele diz, a relação está pacificada.

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“Mesmo tendo me afastado do PT, nunca rompi o diálogo com figuras políticas como o senador Humberto Costa, Fernando Ferro, Dilson Peixoto. Sempre mantive esse cuidado de ter relação pessoal, mesmo divergindo, fazendo críticas, mesmo quando me opus a programas do governo Lula (PT) e Dilma (PT)”, afirma.

Uma nova filiação ao PT nunca foi cogitada de acordo com Paulo Rubem, embora ele diga que havia “expectativa de setores do partido” para esse retorno. O ex-parlamentar também garante ter recebido sondagens do PCdoB. “Em meados de março e abril de 2016, fui procurado. Mas a conversa não prosperou”, informa.

PDT

Quando o assunto é relação política, o tempo só fecha na hora de Paulo Rubem falar do ex-partido.

“Passei dez anos no PDT e nunca houve eleição, convenções. Era um processo muito precário e o partido não tinha um projeto de crescimento em Pernambuco, de discussão e organização.. Funcionava mais como propriedade privada do grupo político de José Queiroz (ex-prefeito de Caruaru e maior liderança pedetista no Estado), critica.  

Paulo Rubem garante que não queria poder no PDT, mas apenas um espaço mais democrático dentro da legenda.

“Nunca tive pretensão de disputar cargos ou a presidência do partido. A intenção era organizar o partido no Estado, ter uma política nacional que fosse acompanhada pelos estados, diante do desinteresse, do processo de esvaziamento e de perda de identidade política, ficou inviável minha permanência no PDT”, declara.

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