Líder do governo Paulo Câmara (PSB) na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Isaltino Nascimento (PSB) afirmou, nesta segunda-feira (10), durante entrevista ao programa Ponto Político (veja a entrevista na íntegra abaixo), que não seria de se estranhar uma retomada da aliança entre os socialistas e o PT no Estado.
"Temos mais convergências do que divergências do ponto de vista de ideias. Desde 1989 até 2013, sempre estivemos juntos. Essa retomada de relação pode ser feita. Não há impedimento que possamos ter uma aliança nesse desenho. Os debates que estão havendo em relação à reforma (previdenciária) e uma série de posicionamentos que o partido tem tomado em nível nacional meio que podem aproximar nessa relação interna", declarou.
Em entrevista ao Jornal do Commercio, o cientista político Adriano Oliveira declarou que vê uma chance de Paulo Câmara e do senador Armando Monteiro (PTB) brigarem para ter o ex-presidente Lula (PT) em seus palanques. Isso porque um levantamento do Instituto de Pesquisa Uninassau apontou que o petista é o principal candidato à presidência da República para os pernambucanos e que pode ser um grande puxador de votos para o governo estadual.
Na avaliação de Isaltino, que começou a carreira política pelo PT, a afinidade entre socialistas e petistas pode contribuir para uma recomposição política. Esse posicionamento diferente da avaliação do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
"Somos um partido de esquerda que tem identidade com o projeto que o presidente Lula defende. Ele tem realmente muitos serviços prestados, foi importante na gestão Eduardo Campos. Tem essa relação que pode ser trabalhada no momento adequado", pontuou.
Hoje, o PSB diz ter uma posição de independência em relação ao governo federal, mas integra o governo Michel Temer (PMDB) com Fernando Filho (PSB), atual ministro de Minas e Energia.
PSDB E DEM
Por outro lado, Isaltino não descartou uma reaproximação do PSB com o PSDB e o DEM. Tucanos e democratas integravam a base de apoio do governo Paulo Câmara, mas foram "expulsos" depois que resolveram lançar candidatos próprios à prefeitura do Recife contra o prefeito Geraldo Julio (PSB).
"As eleições nacionais vão ter um pouco de importância no processo de construção dos palanques no estados. A composição nacional do apoio interferirá aqui. Temos o PSB com o PMDB solidificado. Temos o PCdoB o PR, o PSD. Temos a perspectiva de ter outros partidos. Na política, o impossível não existe. Existe o pouco provável e o difícil. O arco de aliança pode ser recomposto", disse.
Ainda durante a entrevista, Isaltino Nascimento assegurou que Paulo Câmara será candidato à reeleição.
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