Lupércio do Nascimento (SD) completou cem dias de gestão à frente de Olinda sem passar por grandes cobranças da oposição a seu governo. O prefeito conseguiu aprovar os projetos apresentados na Câmara Municipal e não sofre maiores pressões na Casa embora tenha começado a administração com minoria já que nove dos 17 vereadores criaram um grupo, intitulado G9, para reforçar a oposição à prefeitura.
Os primeiros cem dias de governo foram suficientes para Lupércio reverter essa situação. Extraoficialmente, a prefeitura contabiliza 12 vereadores a seu favor. O presidente da Casa, Jorge Federal (PR), nega que haja subserviência à prefeitura.
“Quem tem maioria aqui é o povo. A Câmara é responsável. Se o projeto for bom para o povo, não temos dificuldades de aprovar qualquer projeto enviado pelo Executivo. Se acharmos que o projeto não corresponde aos anseios da sociedade, não teremos dificuldade de reprová-lo”, diz.
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A situação é tão confortável o prefeito ainda não se deu ao trabalho de escolher quem será o líder do governo na Câmara Municipal. Um dos articuladores do G9, Jorge Federal tem um discurso moderado em relação ao prefeito.
“Somos oposição a um projeto ruim. Durante esses três meses, não houve nenhum problema. Cem dias não é tempo razoável para mostrar grandes mudanças. Vejo pelo menos intenção dele de estar na rua, conversando com as pessoas e vendo os problemas, o que o outro não fazia”, afirma, referindo-se ao ex-prefeito Renildo Calheiros (PCdoB).
Apesar das declarações positivas, o presidente da Câmara Municipal reclama que o prefeito poderia ter feito mais.
“Faltam médicos em 18 postos de saúde, medicamentos e dentistas. Já dava para ter corrigido isso. A parte de serviços públicos está a contento, mas é preciso que ele se empenhe na questão das obras inacabadas e que cumpra a promessa de implementar o projeto de recuperação da Av. Presidente Kennedy. Os pontos de alagamento continuam. O prefeito também tem que falar com o governador para mandar mais policiais para o Batalhão de Olinda”, lista.
A REAL OPOSIÇÃO
A tolerância ao governo Lupércio do Nascimento acaba quando entra em campo o advogado Antônio Campos (sem partido). Candidato a prefeito de Olinda pelo PSB, o irmão do ex-governador Eduardo Campos não deu trégua ao adversário este ano mesmo sem estar ligado a uma agremiação partidária.
No mês passado, Antônio Campos solicitou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) para instaurar uma auditoria especial para investigar uma dispensa de licitação referente ao fornecimento de refeições e merendas para as escolhas municipais de Olinda.
Também coube a Antônio Campos protocolar uma requerimento para que Lupércio informasse o balanço fiscal da prefeitura. De acordo com a prefeitura, a cidade tem uma dívida de 149.342.118,98, relativas à gestão Renildo Calheiros.
“Cobrarei a Lupércio que cobre da gestão anterior as falhas, como também venho acompanhando a sua gestão”, enfatiza Antônio Campos.
