A Associação de Magistrados de Pernambuco (Amepe) divulgou nota nessa quinta-feira (18) manifestando-se contra a permanência do presidente Michel Temer (PMDB) na Presidência da República, caso sejam comprovadas as denúncias de obstrução da Justiça na delação do empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS.
Segundo nota da associação, as revelações de que Temer teria dado aval para que Joesley Batista comprasse o silêncio de presos na Operação Lava Jato, como o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB) “inviabilizam sua permanência no cargo público mais relevante do País”.
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Ainda de acordo com a nota, a Amepe alega que não será possível dar continuidade aos debates das Reformas da Previdência e Trabalista diante da instabilidade política do país. Além disso, questiona o “contexto de aprovação” da alteração do Projeto de Lei de Abuso de Autoridade no Senado Federal no dia 24 de abril.
Leia a nota na íntegra:
"Em respeito a importância que Pernambuco sempre teve nos movimentos sociais, a Associação de Magistrados de Pernambuco (Amepe) vem manifestar sua discordância com a continuidade de Michel Temer na Presidência da República, caso as notícias divulgadas de obstrução da Justiça sejam confirmadas.
As notícias recém veiculadas de envolvimento do atual Presidente Temer, numa tentativa de calar as investigações já iniciadas, inviabilizam sua permanência no cargo público mais relevante do País.
A Amepe acredita ainda não existir cenário político e de normalidade institucional para continuação dos debates das Reformas da Previdência e Trabalhista, além colocar em dúvida o contexto de aprovação da recente Lei de Abuso de Autoridade em nosso país."