CONFUSÃO

Após bate-boca entre deputados, audiência sobre violência é cancelada na Alepe

Bate-bota e troca de farpas faz com que reunião que discutiria violência e Pacto Pela Vida seja cancelada na Alepe

Paulo Veras
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Paulo Veras
Publicado em 25/05/2017 às 12:47
Foto: Wilson Maranhão/Ascom Edilson Silva
Bate-bota e troca de farpas faz com que reunião que discutiria violência e Pacto Pela Vida seja cancelada na Alepe - FOTO: Foto: Wilson Maranhão/Ascom Edilson Silva
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Em meio ao bate-boca e uma discussão pouco decorosa entre deputados do governo e da oposição, uma reunião que discutiria o Pacto Pela Vida e o alto número de homicídios no Estado foi cancelada na manhã desta quinta-feira (25) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Representantes do Fórum Popular de Segurança Pública se retiraram do Legislativo enquanto deputados com dedo em riste trocavam acusações no plenário da Casa, levando o presidente Guilherme Uchoa (PDT) a mandar encerrar a reunião.

Os secretários Ângelo Gioia (Defesa Social), Pedro Eurico (Justiça e Direitos Humanos) e Márcio Stefanni (Planejamento) não chegaram sequer a falar sobre ações para combater a violência, antes de deixar o plenário da Alepe. O líder da oposição, Silvio Costa Filho (PRB), classificou a confusão de "operação para calar a oposição e a sociedade". Desde o início do ano, mais de 2 mil assassinatos já foram registrados em Pernambuco.

O grande expediente especial da Alepe para debater a questão da segurança já começou tenso. Gioia foi vaiado quando foi chamado a compor a Mesa. "Olha a maloqueiragem aí", reagiu Pedro Eurico. A fala fez com que o secretário de Justiça fosse ainda mais vaiado. Logo depois, Uchoa fez com a reunião fosse suspensa quando uma mulher nas galerias começou a gritar trechos de "Minha Alma", música da banda O Rappa.

PASTOR FOI PIVÔ

A grande confusão começou, porém, quando a oposição começou a insistir para que Uchoa abrisse um espaço na Mesa para o pastor José Marcos da Silva, representante do Fórum Popular. O presidente disse não haver espaço na Mesa, que contava com cinco representantes do governo. Detalhe: não é regra oficial, mas sempre que há um expediente especial, o deputado que apresentou a proposta preside a reunião; o que não ocorreu nesta quinta, quando Uchoa fez questão de exercer seu direito de comandar os trabalhos.

Enquanto parlamentares de oposição se revesavam em discursos para tentar pressionar Uchoa a aceitar dar espaço aos movimentos sociais na Mesa - incluindo um duro pronunciamento da deputada Priscila Krause (DEM) dizendo que podiam mandar cortar o microfone que ela continuaria falando - o governista Romário Dias (PSD) pediu a palavra.

"TEATRO"

Vaiado ao dizer que não faria diferença se o pastor ficasse ou não na Mesa, Romário reagiu afirmando que os manifestantes são muitos, mas brigam tanto entre si que não conseguem eleger um representante para o Legislativo estadual. Após a declaração, vários integrantes do movimento se levantaram dos seus lugares, na galeria e no plenário, e começaram a bater-boca com o deputado. Edilson Silva (PSOL) disse que o governo queria transformar a reunião em um teatro do qual a oposição não iria participar.

Após o encerramento da reunião, a oposição anunciou que tentará convocar os mesmos secretários para uma nova audiência pública. À imprensa, Uchoa disse que não havia clima para a sessão, que se realizará num outro momento. Visivelmente irritado, ele também se queixou de a oposição ter passado 30 minutos discutindo a questão do assendo da Mesa e disse que ele devia ter sido acertado antes com o cerimonial da Alepe; o que a oposição diz ter feito.

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