"Com a Lava Jato, políticos estão indo para a cadeia, assim como ricos". Essa frase sintetiza o pensamento de Justiça que os eleitores das classes C e D sentem com o desenrolar da operação de combate à corrupção, que já dura três anos e têm prendido nomes do alto escalão do governo e donos de empresas que movimentam milhões de reais. A pesquisa aponta que o eleitor da periferia apoia a operação e acompanham o noticiário como uma novela.
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Entre os mais velhos, o sentimento é de alegria ao ver as denúncias e prisões expostas. Entre a juventude, não se nota tanto entusiasmo.
O coordenador da pesquisa, Adriano Oliveira, explica que há uma maior satisfação nesse público entrevistado em ver políticos e "gente rica" indo para cadeia do que a importância da operação para combater atos corruptos no meio político. Há, no entanto, uma percepção da demora do processo.
"E não acaba mais não?", indagou um dos entrevistados. Nesse momento, o debate entra associado à crise econômica. Mas, apesar da piora na economia, todos defendem que a operação não pode parar.
"Acho que a Lava Jato tem que continuar porque o Brasil precisa disso. A nação brasileira precisa dar transparência a essas relações. Precisa ver que providências estão sendo tomadas. Precisa ver que eles estão roubando e que vai ter consequência. Eu tenho certeza que ela precisa ir mais a frente", defendeu Taís Maria.
CORRUPÇÃO
Ao descortinar a visão de mundo dessa parcela do eleitorado, uma das conclusões da pesquisa é que, para eles, "todos os políticos estão no mesmo saco". Após tantos esquemas serem descobertos e tantos reais desviados, a percepção é que a corrupção pública faz parte do cotidiano da política. O professor Adriano Oliveira, no entanto, observa que o público-alvo não faz menção à corrupção realizada por outros indivíduos, apenas por políticos.