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Na Câmara, claque faz ato de apoio a vereador Romero Albuquerque

Na última quinta-feira (22), juíza Maria Thereza Paes de Sá Machado cassou diploma do vereador por abuso de poder econômico

Da editoria de Política
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Publicado em 26/06/2017 às 20:10
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Na última quinta-feira (22), juíza Maria Thereza Paes de Sá Machado cassou diploma do vereador por abuso de poder econômico - FOTO: Foto: Divulgação
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Uma claque estava à espera do vereador Romero Albuquerque (PP) na Câmara dos Vereadores nesta segunda-feira (26). O grupo se dizia militante da causa animal e foi ao local prestar solidariedade ao vereador, que teve o mandato cassado na última quinta-feira (22) pela juíza Maria Thereza Paes de Sá Machado, da 1ª Zona Eleitoral, que julgou haver irregularidades na sua candidatura.

Na entrada da Casa José Mariano, uma multidão exibia placas e mensagens de apoio. Eles chegaram, inclusive, a jogá-lo para cima, num gesto parecido com campanha política. Nas galerias, apoiadores também seguravam cartazes.

Ao subir à tribuna, Romero Albuquerque agradeceu aqueles que se mostraram favoráveis à manutenção do seu nome no cargo de vereador do Recife. Ele se disse surpreso com a manifestação de apoio. “É uma vitória muito grande essas pessoas estarem se posicionando aqui hoje”, afirmou.

Em entrevista ao JC, o vereador afirmou que “tem a consciência limpa de que não

fez nada e que ninguém foi autorizado a fazer nada”. Ele afirmou que a oposição criou as páginas para envolvê-lo e incriminá-lo. O recado foi ao suplente Wilton Brito (PRTB), que protocolou a denúncia contra Romero.

Romero reforçou que sua equipe jurídica já tomou as devidas providências para recorrer da sentença e permanecerá trabalhando enquanto aguarda a concluídas do processo. “O povo me colocou aqui. As ações animais não vão parar. Esta obra é uma obra de Deus. É preciso respeitar as urnas”, disse o vereador, eleito com 5.613 votos.

ENTENDA O CASO

A sentença judicial, que também torna o político inelegível por oito anos seguidos, deve-se a abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação social durante a campanha eleitoral de 2016.

O vereador vai recorrer, cabendo ao Tribunal Regional Eleitoral dizer se o recurso poderá suspender a sentença.

Romero não conseguiu convencer a Justiça de que a propaganda irregular, a seu favor, com páginas patrocinadas no Facebook e Instagram, eram perfis falsos. 

Informações prestadas pelo Facebook e Instagram revelaram que os administradores dos perfis eram pessoas ligadas a Romero, inclusive dois deles trabalham justamente no seu gabinete, na Câmara de Vereadores. No entender do Ministério Público e da Justiça, a propaganda paga, impulsionada, gerou desequilíbrio na disputa, e estava, portanto, proibida pela legislação eleitoral.

“O investigado, na condição de expert em marketing digital, olvidou-se de tais restrições e enxergou na referida ferramenta disponibilizada pelo Facebook e pelo Instagram importante meio para alavancar a sua candidatura”, diz o despacho da juíza. Ela lembra que Romero usou como discurso a defesa animal, “tema com o apelo particular junto a usuários da internet, normalmente os mais escolarizados”.

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