OPOSIÇÃO

Oposição ainda não tem voto para aprovar denúncia contra Temer, diz presidente do PCdoB

Presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos diz que oposição ainda não tem força para denúncia, mas que base governista se deteriora rapidamente

Paulo Veras
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Paulo Veras
Publicado em 30/06/2017 às 19:38
Foto: Gustao Lima/Câmara dos Deputados
Presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos diz que oposição ainda não tem força para denúncia, mas que base governista se deteriora rapidamente - FOTO: Foto: Gustao Lima/Câmara dos Deputados
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Presidente nacional do PCdoB, a deputada federal Luciana Santos (PCdoB) admitiu, nesta sexta-feira (30), que a oposição ainda não tem votos na Câmara para aprovar o prosseguimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva. Após a manifestação contra as reformas e contra o governo Temer no Recife, Luciana disse, porém, que há um esgarçamento na base governista e que as manifestações de rua podem ter ressonância no Congresso.

"Hoje, não (temos força política para aprovar a denúncia). É por isso que essa é a estratégia. O governo prefere votar logo porque acha que hoje a gente não teria os votos suficientes. Embora pudesse ter a maioria, mas não o quórum qualificado. E nós queremos mais tempo para que as pessoas compreendam o significado disso, o que está em jogo no País. Essa é a queda de braço que está tendo lá no Congresso Nacional", afirmou a deputada.

A presidente do PCdoB ressaltou, porém, que há uma evidente divisão na base política que dá sustentação a Temer. "Está se esgarçando. Vários partidos já anunciaram ruptura. O líder do PMDB no Senado, que é Renan Calheiros, renunciou", disse. "Se falou esses dias sobre os 'cabeças pretas' versus os 'cabeças brancas'. Mas o principal cabeça branca do PSDB se chama Fernando Henrique Cardoso e ele está defendendo a renúncia. Então a gente está vendo um esgarçamento grande da base, que está se deteriorando muito rapidamente", afirmou ainda.

DENÚNCIAS

Para Luciana Santos, também há uma indefinição do governo sobre como lidar com as outras duas denúncias que a PGR deve fazer contra o presidente. "O próprio governo bate cabeça. Não sabe direito qual é a melhor solução. E eles têm uma grande contradição. Porque, se por um lado para eles é importante ser mais rápido, por outro lado, se eles agilizam vem mais duras. Então eles querem concentrar as denúncias, mas isso significa mais tempo. E mais tempo rema contra eles. Eles vivem esse impasse", avalia.

Segundo a deputada, o PCdoB é favorável a uma eleição direta para resolver o problema da crise política nacional. Ela admite, porém, que essa é uma alternativa que só manifestações populares podem garantir, porque seria necessário uma emenda à Constituição que precisaria de maioria qualificada para ser aprovada no Congresso.

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