Contas públicas

TCE-PE aprova contas de Paulo Câmara, mas faz recomendações

Tribunal quer, entre outros itens, que o governo apresente medidas quanto à ausência de prestação de contas das prefeituras do uso dos recursos do FEM

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Publicado em 19/07/2017 às 18:47
Roberto Pereira/SEI
Tribunal quer, entre outros itens, que o governo apresente medidas quanto à ausência de prestação de contas das prefeituras do uso dos recursos do FEM - FOTO: Roberto Pereira/SEI
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O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) emitiu parecer prévio nesta quarta-feira (19) recomendando à Assembleia Legislativa de Pernambuco a aprovação das contas do governador Paulo Câmara (PSB) relativas ao exercício financeiro de 2015.

"O ano de 2015 foi um ano muito difícil assim como 2016, mas o tribunal aprovou o que mostra o nosso profissionalismo e responsabilidade nessa área", declarou Paulo Câmara, que é funcionário de carreira do TCE-PE.

Apesar da aprovação, por proposição do conselheiro Dirceu Rodolfo, o TCE-PE decidiu instaurar uma auditoria operacional para analisar o subfinanciamento da saúde por parte do SUS e os gastos efetuados pelo governo do Estado com as Organizações Sociais que atuam nessa área.

Apenas a conselheira substituta Alda Magalhães aprovou o voto, “com ressalvas”, alegando não ter tido tempo de fazer uma leitura mais aprofundada do voto do relator porque só foi comunicada às 8h da manhã dessa terça-feira de que substituiria na sessão o conselheiro João Carneiro Campos, que entrou de férias.

A conselheira explicou que pôs a “ressalva” no seu voto por estar de acordo com os questionamentos feitos pelo Ministério Público de Contas sobre o excesso de servidores temporários na estrutura do Estado, gastos excessivos com Organizações Sociais da área de Saúde, pagamento de mais de R$ 1 bilhão referente a juros e serviço da dívida e a preocupante situação do sistema previdenciário estadual.

Além de João Carneiro Campos, também esteve ausente da sessão o conselheiro Valdecir Pascoal, igualmente de férias. Assim, o voto de Ranilson Ramos foi acompanhado integralmente pelos conselheiros Teresa Duere, Marcos Loreto, Dirceu Rodolfo e pelo conselheiro substituto Ruy Harten (substituto de Valdecir Pascoal). A sessão, que durou aproximadamente três horas e meia, foi presidida pelo conselheiro Carlos Porto.

De acordo com o relator, o Estado pode dever até 200% de sua Receita Corrente Líquida e devia apenas naquele exercício (2015) 72,45%; poderia comprometer com operações de crédito até 16% da RCL e só comprometeu 2,07%; poderia gastar com pessoal até 49% de sua receita de impostos e gastou apenas 46,18%; deveria aplicar em educação o mínimo de 25% de sua receita de impostos e aplicou 26,18%; na saúde o mínimo de 12% e aplicou 15,31%, e o mínimo de 60% dos recursos do FUNDEB na remuneração dos profissionais do magistério, tendo aplicado 80,28%.

RECOMENDAÇÕES

Além da emissão de parecer prévio recomendando aos deputados estaduais a aprovação das contas do governador Paulo Câmara do ano de 2015, o TCE-PE, por meio do relator Ranilson Ramos, encaminhou ao governo do Estado quatro recomendações a fim de corrigir falhas detectadas nas prestações de contas deste e de exercício anteriores. Foram elas:

Empenhar e liquidar, antes do encerramento do exercício, as despesas orçamentárias que lhes pertencerem, reconhecendo-as como “restos a pagar”, minimizando, por conseguinte, o volume de DEAs (Despesas de Exercícios Anteriores) do exercício subsequente;

Propor e definir, no prazo de 120 dias, indicadores a serem utilizados, de forma efetiva, quando da aferição dos resultados dos programas constantes do PPA (Plano Plurianual);

Apresentar no prazo de 60 dias as medidas tomadas pelo governo do Estado quando da ausência de prestação de contas, por parte dos municípios, de recursos recebidos do FEM (Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Municipal), após as notificações extrajudiciais efetuadas pelo Estado;

Criar um grupo de trabalho específico para verificar se foram cumpridas as recomendações feitas pelo TCE no exame das prestações de contas de 2011, 2012 e 2013, devendo os seus resultados serem apresentados ao Tribunal no prazo de até 120 dias.

Paulo Câmara disse que não via problema nas recomendações.

"Recomendações são sempre bem vindas e vamos cumprir as recomendações do tribunal. É fundamental para o fortalecimento da gestão pública a gente ter um órgão de controle que sempre que possível possa dar orientações que sejam implementadas, então, vamos fazer", declarou.

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