![Reprodução / Google Maps](https://jconlineimagem.ne10.uol.com.br/imagem/noticia/2017/07/21/normal/04d4e2a4b4a20bea36dbf9b3f3efa529.jpg)
Atualizada às 11h23
Com informações da repórter Juliana Oliveira, da Rádio Jornal
Os alvos da Operação "Comunheiro II", deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco nesta sexta-feira (21), desviaram verbas que seriam destinadas a merendas de escolas públicas e hospitais públicos do estado. Empresários e funcionários públicos, são suspeitos de envolvimento nos crimes de fraude em licitação, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A estimativa preliminar na Polícia é de dano a erário de R$ 40 milhões, porém foi constatado que apenas uma das empresas envolvidas teria faturado a quantia de R$ 38 milhões em desvios. O detalhamento sobre os esquemas montados e o nome das empresas serão apresentados em coletiva de imprensa, na próxima segunda-feira (24) detalhes acerca como o nome das empresas, e os esquemas montados serão apresentados na segunda-feira (21) em coletiva de imprensa, que será realizada na Sede Operacional da PCPE, com horário ainda indefinido.
Foram presos sete empresários e dois ex-servidores públicos, um da Câmara Municipal de Carpina e outro da Prefeitura de Buenos Aires e sete veículos de luxo apreendidos, além da quantia de R$ 60 mil. Ao todo, 46 mandados estão sendo cumpridos, sendo 26 de busca e apreensão domiciliar, 12 de condução coercitiva e oito de prisão, nas cidades de Recife, Olinda, São Lourenço da Mata, Carpina, Paudalho, Buenos Aires e na Ilha de Itamaracá.
Leia Também
- Polícia e MP fazem operação para prender 31 suspeitos de tráfico no RJ
- PF realiza operação na Bahia contra fraudes em licitações
- Operação combate tráfico de drogas no Recife e Região Metropolitana
- Suspeitos de tráfico e homicídios são alvo de operação da polícia
- Polícia Civil deflagra operação em sete cidades de PE por lavagem de dinheiro
Segundo a Polícia Civil, nove empresas reunidas em um conglomerado forneciam alimentos e material de escritório para diversas prefeituras do estado, incluindo para escolas e hospitais. No esquema de fraudes em licitações, articulava-se qual delas iria ganhar o edital, e as demais recebiam uma parcela do dinheiro da comercialização como pagamento. O lucro girava em torno de 15% para cada uma das empresas.
Nas licitações de merenda escolar, as empresas forneciam carnes de má qualidade com data de vencimento adulterada à instituições públicas de ensino. "Eram carnes podres, vencidas, fornecidas a crianças em escolas", disse o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle, durante coletiva de imprensa da Polícia Civil. Porém, em alguns contratos, o serviço não era prestado de fato. O desvio de verbas de hospitais públicos do estado não foi detalhado pela Polícia Civil
Os presos e os materiais apreendidos na Operação Comunhão II serão encaminhados ao Departamento de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio. Serão aplicados ainda um bloqueio judicial de contas bancárias e a decretação judicial de proibição para que as empresas envolvidas atuem junto ao poder público. A operação conta com a participação de 170 policiais civis, com as investigações sendo feitas pela Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos (DECASP).
O ex-presidente da Câmara Municipal de Carpina e ex-prefeito de Lagoa do Carro, Tota Barreto, também está sendo investigado na operação. Tota já está preso por conta da Operação Fraus, deflagrada pela Polícia Civil no dia 9 de junho. Ele, o ex-prefeito de Carpina, Carlinhos do Moinho (PSB), vereadores e funcionários da gestão do antigo prefeito são suspeito dos crimes fraude em licitações, lavagem de dinheiro, peculato, desvios, estelionato, falsidade ideológica e associação criminosa.
Segunda Fase
Esta é a segunda edição da Operação Comunheiro, que teve sua primeira fase deflagrada no dia 17 de março deste ano. Inicialmente, três empresas suspeitas de utilizar laranjas para fraudar e ganhar licitações nas áreas de gênero alimentício, material de expediente e serviços em várias cidades pernambucanas foram alvo da ação. Na época, havia sido detectado um desvio de cerca de R$ 13 milhões.