Um grupo de 28 professores municipais passou a noite acampado na recepção do 9º andar do prédio da Prefeitura do Recife, o mesmo onde está o gabinete do prefeito Geraldo Julio (PSB). Os professores pedem que a gestão apresente um percentual de reajuste para a categoria. Os docentes chegaram ao prédio na tarde dessa segunda (25) e aguardam serem recebidos pelo prefeito.
De acordo com a coordenadora-geral do Simpere, o sindicado da categoria, as luzes do prédio foram apagadas e os professores não tiveram acesso aos banheiros. Também não foi permitida a entrada de água e comida para o grupo.
"Estamos esperando que se resolva esse impasse. A prefeitura protelou o anúncio do reajuste até o dia 20 de julho, o que não foi feito", disse Simone. Segundo ela, a PCR apresentou um reajuste para a Câmara de Vereadores que contempla apenas 85 professores que possuem nível médio. A categoria pede que seja concedido o reajuste anunciado pelo Ministério da Educação, de 7,63% no piso nacional.
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Ainda segundo Simone, mesmo após o início do expediente, o acesso aos banheiros do prédio pelo grupo está impedido. Cinco guardas municipais estariam na porta dos banheiros, informou a sindicalista, e a porta ainda estaria trancada a cadeado.
A assessoria de comunicação da Prefeitura do Recife informou que, na tarde dessa segunda (24), quando os professores chegaram ao andar do gabinete, tentou-se uma negociação para que uma reunião fosse realizada nesta terça (25). Os professores decidiram permanecer no prédio.
Ainda de acordo com a assessoria, quando o prédio é fechado, no encerramento do expediente, são desligadas as luzes e o acesso a salas administrativas é vetado. A administração informou, ainda, que o banheiro foi trancado porque, durante a noite, as portas foram arrombadas pelo grupo.
Uma reunião está prevista para esta terça (25) entre o Simpere, o secretário executivo de admnistração do Recife, Carlos Muniz, e o chefe de gabinete do prefeito, Marconi Muzzio.
RESPOSTA
Por telefone, Muniz informou que, no momento, "o fluxo financeiro da prefeitura não permite a apresentação de um reajuste". "O que não se pode é fazer algo que, no futuro, não se vá honrar ou parcelar os salários em três vezes", argumentou.
Segundo o secretário, o comprometimento do orçamento da prefeitura com a folha de pagamento dos servidores está em 50,47%, dentro do limite de alerta determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Muniz garantiu que o pagamento de bônus por progessão ou merecimento está sendo honrado.
Muniz explicou, ainda, que a aplicação do reajuste pedido pela categoria, de 7,63%, impacta as contas da prefeitura em R$ 42,6 milhões, valor não disponível hoje. A situação, ainda de acordo com o secretário, é a mesma com as demais categorias de servidores, sem a apresentação de um reajuste.