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Prefeito de São Lourenço diz que cidade vive 'clima de funeral' sem festa do padroeiro

Tribunal de Contas do Estado determinou a suspensão da festa do padroeiro por ter salários atrasados

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 02/08/2017 às 10:50
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Tribunal de Contas do Estado determinou a suspensão da festa do padroeiro por ter salários atrasados - FOTO: Foto: Reprodução/Facebook
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O prefeito de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB), afirmou que a cidade está vivendo um "clima de funeral" pela não-realização da festa do padroeiro, que deveria ter começado nessa terça (1º) e seguiria até o dia 10 deste mês. Na última segunda (31), a 2ª Câmara do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) decidiu referendar a Medida Cautelar que suspendia as contratações para a festividade. A medida também proíbe o prefeito Bruno Pereira de prosseguir com a execução de contratos já firmados com atrações musicais para realizarem shows durante o evento.

"Foi comprovado pelo conselheito do TCE que seria gasto menos de R$ 1,5 milhão na festa. É uma festa que movimenta a economia, de maneira formal, informal, direta e indiretamente. Se nós colocarmos em dez dias uma média de 50 mil pessoas gastando em média R$ 20, nós temos R$ 10 milhões de incremento no nosso município", defendeu Bruno Pereira, na manhã desta quarta-feira (2), em entrevista à Rádio Jornal.

"Há 40 anos o povo tem essa festa. As pessoas que vierem para São Lourenço da Mata vão ver a tristeza. Essa festa geral uma renda, principalmente no comércio informal. A CDL de São Lourenço da Mata, em agosto, é tradicional fazer um Liquida Agosto, para que a economia do município seja gerada (...) Se eu estivesse com salário da minha gestão atrasado, eu jamais faria a festa. A festa foi a população que pediu. Se você vier a São Lourenço, vai ver os comerciantes todos com cara de funeral", acrescentou.

O gestor afirmou que io valor de R$ 1,5 milhão é necessário para atrair grandes atrações, e consequentemente, o público. Segundo o petebista, a população opinou na escolha das atrações.

O TCE suspendeu a realização da festa por haver salários atrasados de servidores municipais. Em janeiro, após assumir a gestão, Bruno Pereira decretou estado de emergência no município alegando dificuldades no caixa e suspendeu contratos e convênios firmados durante a gestão anterior.

"Infelizmente, por a antiga gestão deixar uma herança maldita de três meses de salários atrasados, infelizmente o Tribunal de Contas entendeu que era mais importante pagar essas dívidas da antiga gestão do que a gente fazer essa festa. Nós cumprimos a determinação do Tribunal de Contas e não iremos fazer a festa", disse o prefeito.

Bruno Pereira acrescentou, ainda, que as folhas de pagamento da sua gestão estão em dia, inclusive cedendo aumento para os professores. Ele também frisou que os fornecedores estão sendo pagos em dia.

DÍVIDA

O prefeito propôs o parcelamento do valor estimado, de R$ 4 milhões, em 10 vezes, entre os meses de março e dezembro. Segundo ele, o Ministério Público validou o acordo. As parcelas estão sendo pagas regularmente, porém ainda resta cerca de R$ 2 milhões a serem liquidados.

O gestor afirmou não haver incoerência em fazer gastos com a festa, enquanto há a dívida a pagar. "O decreto de emergência vendeu em 12 de julho. "Minha maior preocupação é cuidar do município. Teria que deixar um hospital fechado, investimentos em reformas de escolas, tudo parado para pagar dívida da antiga gestão", declarou.

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