A fala do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) ontem, à Rádio Jornal, de que não se sente incomodado com uma aproximação do PT com o bloco do PSB estadual, ao qual o peemedebista é aliado, gerou reações distintas entre os petistas. Alguns representantes dizem que a aproximação de Jarbas com o PT é praticamente descartada, por conta do passado de adversidades políticas, outros nomes dizem que o cenário não trará surpresa.
Vice-líder da oposição na Alepe, Teresa Leitão enxerga um grande problema em uma aliança com Jarbas. “Jarbas não é simplesmente um rival político do PT. Ele tem um lado e nós temos outro. A gente não está desesperado. Estamos construindo uma candidatura própria e um palanque para Lula. É muita arrogância ele dizer isso. O PT se incomoda muito de estar com ele”, declarou. A deputada estadual lembrou que o peemedebista votou favorável ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) e esteve ao lado de Aécio Neves (PSDB) na eleição de 2014. “Ele é que está indefinido no PMDB, nós não, estamos muito bem definidos”, acrescentou.
Na avaliação do ex-prefeito do Recife, João Paulo, os palanques de 2018 serão divididos entre pró e contra o governo de Michel Temer (PMDB). “O problema do palanque não é quem vai ou vem para uma aliança. Isso é uma questão menor a ser desconsiderada. O que vai balizar é a estratégia”, disse. João Paulo afirmou que não seria uma surpresa se Jarbas estivesse em um mesmo palanque com o PT. “Na política, vi muitos cenários que seriam impossíveis, até com o próprio Jarbas, como foi a aliança com Eduardo Campos e Roberto Magalhães”, acrescentou.
Para o ex-prefeito, Jarbas já deu uma demonstração que se encaixaria no lado “anti-Temer” quando votou pela admissibilidade da denúncia de investigação de corrupção do presidente. A declaração de Jarbas, na opinião de João Paulo, não promove mudanças imediatas no PT, mas não descarta a possibilidade da união. “Há uma resolução interna (do PT) que é ter candidatura própria. Mas há decisões que mais na frente podem ser definidas”, acrescentou.
RESOLUÇÃO
A resolução do partido também foi citada pelo presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro. “Não há essa aproximação (com o PSB) e nosso posicionamento é de oposição ao Governo Estadual. O quadro político no País e em Pernambuco continuará mudando até 2018 e a direção do PT avaliará continuamente essas mudanças”, disse.
Embora Bruno Ribeiro negue uma aproximação com o PSB, outros nomes petistas falam em “gestos”, como as visitas do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad ao governador Paulo Câmara e o jantar de Lula na casa de Renata Campos, com as presenças de Paulo e do prefeito do Recife, Geraldo Julio. Outro ponto citado foi o resquício de um relacionamento partidário anterior, quando socialistas e petistas eram aliados.