A conversa prevista entre o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) e o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB), em Brasília, nesta terça-feira (5) foi adiada por questões de saúde. Jarbas está com sinusite e não irá esta semana à capital federal.
Em meio à celeuma sobre a decisão do presidente nacional do PMDB, Romero Jucá (RR), que deu aval para que FBC ingressasse no partido e lançasse candidatura própria ao governo do Estado, Jarbas deixou remarcou a conversa para quando o vice-governador Raul Henry (PMDB) retornar ao Estado. Henry é presidente estadual da legenda e está viajando para países asiáticos. Ele só retornará no domingo.
Está mantida a reunião entre Jucá, Fernando Bezerra Coelho e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que coordenará as composições de candidaturas do PMDB no Nordeste.
JARBAS X PMDB
A iminente chegada do senador Fernando Bezerra Coelho ao PMDB deve abalar, como pouco se viu na história do partido em Pernambuco, a hegemonia do deputado Jarbas Vasconcelos à frente da legenda.
Jarbas está no PMDB desde que a legenda chamava-se apenas MDB, sendo um dos fundadores do partido, no final da década de 1960. Na legenda, foi eleito deputado estadual e federal, prefeito do Recife duas vezes, governador duas vezes, senador e outra vez deputado federal.
A única vez em que Jarbas esteve fora do PMDB foi em 1985, quando se desfiliou para concorrer à Prefeitura do Recife. Ingressou no PSB, por sugestão de Miguel Arraes, após ser derrotado na convenção peemedebista, que escolheu o então deputado federal Sérgio Murilo para o pleito.
Embora não seja o atual presidente do partido em Pernambuco, cargo que cabe ao vice-governador Raul Henry, o deputado é um nome sempre consultado nas decisões a serem tomadas. Nos bastidores, a leitura é que Jarbas não deverá ceder o comando do PMDB tão facilmente para Fernando Bezerra.
“Pode haver uma conversa, são dois políticos maduros, vividos e podem conviver no PMDB”, avalia um experiente político do Estado.
A questão é que Jarbas já declarou com todas as letras que não deixará de apoiar a reeleição de Paulo Câmara (PSB) ao governo.