Operação Mata Norte

Empresas podem ter cometido fraudes na merenda em outros municípios

Segundo a Polícia Federal e a AGU, empresas investigadas na Operação Mata Norte tinham contratos firmados com outras prefeituras além de Lagoa do Carro

Luisa Farias
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Publicado em 21/09/2017 às 13:33
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Segundo a Polícia Federal e a AGU, empresas investigadas na Operação Mata Norte tinham contratos firmados com outras prefeituras além de Lagoa do Carro - FOTO: Luisa Farias / Especial para o JC Imagem
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As empresas envolvidas no esquema de fraude em licitação de merenda escolar, investigado na Operação Mata Norte, podem ter desviado verbas públicas de outros municípios do estado, além de Lagoa do Carro. Conforme investigação em conjunto da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União (CGU) no âmbito da operação, tais empresas tem contratos firmados com diversas prefeituras e até mesmo com o governo estadual, em um montante estimado de R$ 87 milhões. 

"As investigações vão continuar para aferir se desse montante há mais desvios, até porque essas empresas tem um quadro de funcionários muito reduzido e certamente não tinham condições de administrar esse montante de dinheiro público que iam para as suas contas", disse o superintendente da Polícia Federal, Marco Aurélio Favri.  

A Operação Mata Norte foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (21) para desarticular um grupo formado pelo ex-prefeito de Lagoa do Carro, Jailson do Armazém, secretários municipais, funcionários públicos e empresários que envolvidos nos crimes de fraude em licitação, desvio de recursos públicos e associação criminosa, no período entre 2012 e 2016, quando Jailson era prefeito. Todos os nove mandados de prisão preventiva já foram cumpridos. A PF executou ainda 5 mandados de condução coercitiva e 18 de busca e apreensão. 

Esquema

O grupo teria desviado um valor aproximado em R$ 512 mil do Programa de Apoio Á Alimentação Escolar da Educação Básica (PNAE). "Foi verificado que empresas combinavam preços, se apresentavam à licitação fazendo jogo de planilhas e em conluio com a administração municipal. Venciam a licitação através de sobrepreço e desviando dinheiro que era destinado a merenda escolar", contou Marco Aurélio. 

Segundo o coordenador da operação, o delegado Fábio Araújo, há indicações de que as empresas teriam replicado este mesmo método para outros locais onde tinham contrato. "É possível que a gente encontre nesses outros a tendência de ocorrência dessa mesma espécie de atuação ilícita", disse o delegado.

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