O aumento na violência pode estar relacionado a dificuldade de investimentos por parte da Secretaria de Defesa Social (SDS), questiona um levantamento feito pela deputada estadual Priscila Krause (DEM) com base no Portal da Transparência do Estado. O relatório apresentado pela parlamentar mostra que entre janeiro e agosto deste ano, a rubrica de investimento da SDS somou R$ 1,95 milhão. Nos oito primeiros meses de 2009, a cifra era de R$ 30,65 milhões em valores atualizados pela inflação.
A bancada do governo contesta os números e projeta um investimento total de R$ 3,7 bilhões na área de segurança em 2017. Ontem, o Palácio do Campo das Princesas rejeitou o pedido da oposição para convocar a Força Nacional de Segurança para Pernambuco.
O relatório da deputada também questiona a execução do plano de R$ 290,8 milhões de investimentos até 2018 lançado pelo governador Paulo Câmara em abril. Dos 811 carros prometidos, foram entregues 172. Das 700 motos, apenas 25 foram adquiridas pelo Estado. Nenhum dos oito ônibus e vans e dos dois helicópteros teriam sido comprados pelo Estado. Dos 5,1 mil profissionais anunciados, os primeiros 1,5 mil PMs começam a atuar hoje.
No plenário da Alepe, Priscila pediu um encontro com representantes da SDS ou da Secretaria de Planejamento, que coordena o Pacto Pela Vida, para questionar o volume de investimentos na área, que tem sido a tônica dos debates políticos da semana.
REAÇÃO DO GOVERNO
Vice-líder do governo, Rodrigo Novaes (PSD) afirmou que gastos como a renovação de frota, o aluguel de câmeras de videomonitoramento e a compra de munições e equipamentos de proteção, anunciados dentro do plano de segurança, são registrados como despesa de custeio e não como investimento. “Isso justifica o baixo nível da ação investimento dentro da contabilidade”, afirmou.
O governo calculou em R$ 3,5 bilhões o valor aplicado na segurança em 2016. “O que não foi entregue, será. No caso das motos, que tenho acompanhado por ter emenda minha, o edital será publicado na próxima semana”, defendeu Waldemar Borges (PSB).
EMBATE DURO
Antes mesmo do discurso de Priscila, o tema da segurança já havia elevado os ânimos dos parlamentares, que chegaram a levantar o tom de voz e colocar o dedo em riste em um debate que se estendeu por mais de uma hora. “Aqui em Pernambuco, matar parece que compensa”, disparou Joel da Harpa (Podemos). “As policiais Civil e Militar sabem o que fazer. Porque são homens de coragem. Nós já estamos cansados de ouvir vocês falaram de violência”, se exaltou Zé Maurício (PP).
