O ex-diretor da Petrobrás, Djalma Rodrigues, preso temporariamente no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (20) na Operação Lava Jato, é também alvo das operações Satélites e Catilinárias. A Polícia Federal de Pernambuco cumpriu mandado de busca e apreensão pela manhã em um apartamento que ele possui no Edifício Maria Ângela Lucena, na Avenida Boa Viagem, mas nada foi apreendido.
As investigações da ação da PF nesta sexta (20) estão relacionadas ao setor de Operações Estruturais da Odebrecht. A suspeita é que um grupo de gerentes da Petrobras se uniram em benefício da empreiteira. Os investigados teriam recebido valores em contas de empresas off-shores no exterior.
Djalma foi gerente geral de Participações Petroquímicas da Petrobrás até março de 2015. Ele era parceiro de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás e um dos primeiros delatores da Operação Lava Jato, tendo sido chefe de Paulo Roberto Costa na Gaspetro e na TGB. Em 2000, Costa assumiu a diretoria da Petrobrás.
Citado na delação premiada de Ricardo Pessoa, da UTC e de funcionários da Odebrecht, Djalma Rodrigues é o apontado como um dos recebedores de até R$ 95 milhões de propina em contratos de obras da Petrobrás no Porto de Suape.
Ele também tinha ligação com o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti. Chegou a ser indicado em 2005 por ele para a diretoria de Exploração e Produção, que detinha o maior orçamento da estatal, mas a nomeação não se concretizou.
O mesmo apartamento em Boa Viagem foi alvo de mandado de busca e apreensão nas Operações Catilinárias, em dezembro de 2015 e a Satélites, em março deste ano. Na Operação Catilinárias, a PF cumpriu três mandados em Pernambuco em endereços ligados ao senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB), o ex-presidente da Copergás, Aldo Guedes O objetivo é cumprir 53 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, referentes a sete processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato.
Operação Satélites
Na Operação Satélites, deflagrada em 2016 com base da delação premiada de Paulo Roberto Costa, Djalma e Eduardo da Fonte foram denunciados no mesmo inquéritos. Eles são investigados por suspeita de recebimento de R$ 300 mil em troca de vantagens para a empreiteira UTC, controlada pela Petrobrás, nas obras da Coquepar, que seria construída no Paraná para fazer o processamento de coque da Petrobrás.
De acordo com a denúncia, houve o pagamento de R$ 100 em espécie a Eduardo da Fonte e os outros R$ 200 mil por meio de doações eleitorais ao diretório estadual do PP em Pernambuco, para sua campanha ao caro de deputado federal. Do valor total da propina, Eduardo teria pago R$ 150 mil também por meio de doação oficial a um sobrinho de Djalma, Érico Tavares de Souza que era candidato as eleições em Pernambuco pelo PTC.