Há um ano das eleições de 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diz não ver o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), como uma ameaça à sua candidatura para a Presidência da República, mas sim ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que lançou a sua pré-candidatura na internet na última terça-feira (27).
"Ele é ameaça ao Alckmin e não para mim. Ele pode ser candidato, não me causa nenhum problema, ele causa problema com Alckmin que é o seu criador", disparou Lula, em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais.
Segundo o petista, o problema de Doria é ter a intenção de deixar o comando da Prefeitura de São Paulo. "O problema é esse negócio de ser eleito prefeito e ter medo de administrar São Paulo e sair com um ano e quatro meses de mandato, ou seja, fugir do cargo. Porque já aconteceu na história, Serra fez isso, o Jânio Quadros fez isso. Está cheio de político que se elege a prefeito de São Paulo e depois percebe que os problemas da cidade. Aí a pessoa tira o cavalinho da chuva para ser candidato a senador, governador, presidente, é um erro", afirmou Lula.
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Réu em cinco ações penais e condenado a 9 anos e meio de prisão no caso do Triplex, o ex-presidente Lula continua a sua "Caravana Pelo Brasil" em Montes Claros, interior de Minas Gerais. Ele visita mais seis cidades antes de chegar à Belo Horizonte, na segunda (30).
Geraldo Alckmin
Com patrocínio do diretório estadual do PSDB, Geraldo Alckmin lançou uma ofensiva na internet para nacionalizar sua pré-candidatura à Presidência da República em 2018. O movimento, que é visto por tucanos como o início de fato da campanha, adotou o mote "#preparadoparaoBrasil" e tem como objetivo "humanizar" a imagem do governador.
No mesmo dia, ele convidou Doria (PSDB) para um jantar no Palácio dos Bandeirantes a fim de "despressurizar" a relação com o afilhado político. O termo, segundo um auxiliar de Alckmin foi usado por ele ao descrever a motivação do encontro.
O PSDB paulistano realizará no domingo a convenção que elegerá o novo diretório da sigla. O grupo de Doria deve levar pelo menos 50% dos delegados e eleger o vereador João Jorge presidente. Em novembro será a vez do diretório estadual tucano realizar o mesmo processo.
João Doria
Em entrevista exclusiva ao JC no dia 12 de agosto, João Doria se disse a favor de que o ex-presidente Lula tenha condições de se candidatar à Presidência em 2018, ao contrário de muitos correligionários e aliados. "Espero que ele possa disputar as eleições e perder para que, pela democracia e pelo voto direto, nós possamos nos despedir de Lula, encerrar a fase do mito", disse o prefeito de São Paulo.