ELEIÇÕES 2018

Para acomodar PP, Paulo Câmara pode fazer nova reforma no secretariado

PP quer espaço no primeiro escalão do governo Paulo Câmara e pode levar a Secretaria de Desenvolvimento Social

Paulo Veras
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Paulo Veras
Publicado em 17/11/2017 às 7:00
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
PP quer espaço no primeiro escalão do governo Paulo Câmara e pode levar a Secretaria de Desenvolvimento Social - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Em um movimento para consolidar o apoio de partidos médios e pavimentar uma chapa competitiva pela reeleição, o governador Paulo Câmara (PSB) deve abrir espaço para o PP no primeiro escalão do governo, acomodando a sigla na Secretaria de Desenvolvimento Social, Infância e Juventude; que concentra políticas sociais e a Funase. É o segundo movimento neste sentido, depois que o PDT assumiu a Agricultura em setembro. E o Palácio do Campo das Princesas também tem dialogado a possível concessão de mais espaço para o Solidariedade.

A estratégia, explicou um governista à reportagem, é garantir a presença dessas siglas e, também, do PSD, PR, PCdoB e PSL na chapa que disputará a reeleição. Essas legendas podem ter papel central na briga do PSB por tempo de TV e fundo partidário na próxima campanha; ainda mais diante da possibilidade de o PMDB ir para a oposição com o senador Fernando Bezerra Coelho. Foi Paulo quem levou o deputado federal Luciano Bivar (PSL) de volta ao Congresso ao nomear Kaio Maniçoba (PMDB) para a Habitação.

No PP, o mais provável é que o indicado para a secretaria seja Cloves Benevides, que atua na Secretaria de Políticas Antidrogas do governo federal e é aliado do deputado estadual Pastor Cleiton Collins (PP). O nome da vereadora do Recife Michelle Collins (PP) também entrou na bolsa de apostas.

Para acomodar o partido, Paulo Câmara estuda deslocar o atual titular da pasta, Roberto Franca, para a própria Funase ou para a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, que ele já comandou entre 1988 e 1990 no governo Miguel Arraes. Como efeito, Pedro Eurico (PSDB) tem sido considerado para a Secretaria-executiva de Articulação Política, na Casa Civil, que está vaga desde a ida de André Campos (PSB) para a Perpart.

O governador viajou com Franca no início da semana, mas não o teria sondado sobre a mudança. A saída dele enfrenta forte resistência de movimentos sociais. Qualquer definição sobre reforma no governo só deve ser tomada depois que Paulo Câmara voltar de uma agenda nos Estados Unidos, no meio da próxima semana.

Pleito do PP

Hoje, o PP já integra três cargos no segundo escalão: o Lafepe, o Porto do Recife e o Ipem. Depois da reforma para atrair o PDT, a sigla pleiteou a administração de Fernando de Noronha. No início de outubro, o governador admitiu conversar com o PP e fez a ressalva de que sempre prefere não mexer no primeiro escalão, mas disse que faria alterações se fosse pelo bem de Pernambuco.

Por telefone, o secretário Pedro Eurico disse desconhecer toda a movimentação. “Não vou trabalhar em cima de especulação”, respondeu. O deputado estadual Cleiton Collins, vice-presidente do PP-PE, afirmou que vai debater o assunto com o partido na próxima semana e que a vereadora Michelle Collins não pretende deixar o mandato na Câmara do Recife. O secretário Roberto Franca e o deputado federal Eduardo da Fonte, presidente do PP no Estado, não foram localizados pelo JC.

A assessoria do Palácio do Campo das Princesas disse que não há definição sobre mudanças e que “qualquer eventual alteração, será comunicada formalmente e no momento adequado” e que “o governo não vai comentar especulações".

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