De olho no apoio do PSB para a corrida presidencial, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) almoça hoje com o governador Paulo Câmara (PSB) no Palácio do Campo das Princesas. O encontro acontece um dia antes do julgamento do ex-presidente Lula (PT), marco para as definições sobre a disputa presidencial. O governador de Pernambuco é vice-presidente nacional do PSB.
No encontro, Ciro e Paulo devem tratar do cenário nacional, das eleições em Pernambuco e também do julgamento de Lula. O pedetista não tem outras agendas no Recife. Ele desembarca no Aeroporto Internacional do Recife e segue direto para o encontro com Paulo Câmara.
O JC apurou que Ciro queria visitar o governador desde o ano passado, mas havia uma incompatibilidade de agenda. “O PSB é o aliado dos sonhos do PDT. O sonho de consumo do PDT é ter o apoio do PSB. Ciro deve ter isso em mente quando vem fazer uma visita ao governador, já que a sessão de Pernambuco é a mais importante do PSB nacional. Então, quando ele vem fazer uma visita de cortesia a Paulo e Geraldo, ele tem no radar que está fazendo uma visita ao Estado que tem mais influência no PSB nacional, que é o seu aliado preferencial”, explicou um pedetista, em reserva.
No fim do mês passado, em entrevista à Rádio Jornal, Paulo Câmara havia destacado que o PSB estava aberto a conversas com pré-candidatos. “Evidentemente que a gente não fecha portas. A gente tem um projeto de centro-esquerda. Nós sabemos que o partido e todo o conjunto de forças políticas que nos acompanha já decidiu caminhar num campo oposto ao que hoje é exercido pelo presidente Temer. A gente sabe que tem muito o que conversar ainda e discutir o Brasil. Não vamos discutir agora nomes, vamos discutir projetos”, pontuou.
Na ocasião, o governador do Estado também afirmou que, além de Ciro Gomes, o PSB estava mantendo conversas com Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e o PT. “Há um grupo dentro do partido que defende candidatura própria. O que a gente combinou internamente dentro do PSB é que a gente vai aproveitar o primeiro semestre de 2018 para conversar, porque a campanha eleitoral com as novas regras só começa em agosto, e a gente só precisa ter as definição no mês de julho”, explicou.
Além do grupo que defende uma candidatura própria – que já perdeu força – e o que estuda apoio a um nome de outra sigla, há socialistas a favor da imparcialidade do partido nas eleições presidenciais.
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Três vezes candidato
Em 2010, Ciro tentou ser candidato à presidência pelo PSB, mas a pré-candidatura foi abortada pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, na época presidente nacional da sigla, que apoiou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ciro Gomes foi filiado ao PSB entre 2005 e 2013. Ele deixou o partido após o rompimento da sigla com Dilma para que Eduardo pudesse concorrer ao Planalto. Se for confirmado como o candidato do PDT, esta será a terceira participação de Ciro na disputa presidencial. Nos anos de 1998 e 2002, ele foi lançado à presidência pelo PPS.
