Em meio à indefinição sobre uma aliança entre petistas e socialistas, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, que é secretário-nacional do PSB, afirmou que vê motivo para uma aproximação entre o PT e o partido socialista em Pernambuco.
No debate da Rádio Jornal, na manhã desta segunda-feira (5), ele afirmou que um grupo de políticos pernambucanos se articula na oposição ao governador Paulo Câmara (PSB) e no entorno do presidente Michel Temer (PMDB). Essa é a “turma do Temer”, segundo Geraldo. “O PT também não é da turma de Temer”, afirmou Geraldo. “Isso aproxima sim [o PT e o PSB]”, disse o prefeito.
O grupo é composto pelos senadores Armando Monteiro (PTB) e Fernando Bezerra Coelho, mais os ministros da Educação, Mendonça Filho (DEM), e Minas e Energia, Fernando Filho (sem partido), além do deputado federal Bruno Araújo (PSDB), ex-ministro das Cidades.
CANDIDATO PRÓPRIO
Diante da possibilidade de um apoio a Geraldo Alckmin para à Presidência, em troca de um apoio à candidatura de Márcio França ao governo de São Paulo, uma ala do PSB, contrária à aliança com o tucano, deu início à ofensiva para viabilizar a filiação e candidatura do ex-ministro Joaquim Barbosa pelo partido nas eleições presidenciais deste ano. Capitaneado pelo líder da legenda na Câmara, deputado Júlio Delgado (MG), o grupo prepara uma série de manifestos e notas de diretórios estaduais e da bancada no Congresso Nacional em apoio à candidatura do ex-ministro.
Questionado sobre as alianças no âmbito nacional, Geraldo disse que a estratégia dos socialistas ainda será definida. Sondado por pré-candidatos à Presidência como Ciro Gomes, Marina Silva e Lula, o PSB deve decidir se terá candidatura própria, se vai apoiar um candidato do PT ou se fará aliança com outra sigla de esquerda. “Conversamos com muitos partidos, pré-candidatos”, comentou Geraldo. Na sigla, há quem defenda uma candidatura de Joaquim Barbosa,
O PSB nacional vai realizar uma convenção em março para discutir o tema, mas, segundo o prefeito, o cenário está “um pouco mais claro” em Pernambuco, já que Paulo Câmara é candidato a reeleição, enquanto “do outro lado” se juntaram “alguns nomes” da política estadual.
O movimento da ala pró-Barbosa busca se contrapor à articulação liderada pelo vice-governador paulista Márcio França. De olho no apoio dos tucanos a sua candidatura ao governo de São Paulo neste ano, França articula aliança do PSB com Alckmin na eleição presidencial. A movimentação do vice-governador tem incomodado Barbosa, que disse a integrantes da cúpula do PSB que só aceita ser candidato a presidente se tiver amplo apoio na legenda.